Na história egípcia, o período do Alto e Baixo Egito (também conhecido como As Duas Terras) foi o estágio final do Egito pré-histórico e precedeu diretamente a unificação do reino. A concepção do Egito como as Duas Terras era um exemplo do dualismo na cultura egípcia antiga e aparecia com frequência em textos e imagens, inclusive nos títulos dos faraós egípcios.
O título egípcio zmꜣ-tꜣwj (pronúncia egiptológica sema-tawy) é geralmente traduzido como "Unificador das Duas Terras"[1] e era representado como uma traqueia humana entrelaçada com o papiro e a planta do lírio. A traqueia representava a unificação, enquanto o papiro e o lírio representavam o Baixo e o Alto Egito.
Os títulos padrão do faraó incluíam o prenome, literalmente "Do junco e da abelha" (nswt-bjtj, os símbolos do Alto e Baixo Egito)[2] e "senhor das duas terras" (grafado nb-tꜣwj). As rainhas reinantes eram tratadas como faraós e como homens. As rainhas consortes podiam usar versões femininas do segundo título, "Dama das Duas Terras" (nbt-tꜣwj), "Senhora de todas as Duas Terras" (hnwt-tꜣwy-tm) e "Senhora das Duas Terras" (hnwt-tꜣwy).[3]