Asbesto | |
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Asbesto de tremolita fibrosa em moscovita. | |
Categoria | Silicato mineral |
Classificação Strunz | 09.ED.15 |
Cor |
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Propriedades cristalográficas | |
Sistema cristalino | |
Hábito cristalino |
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Propriedades ópticas | |
Índice refrativo | 1.53–1.72 |
Birrefringência | 0.008 |
Propriedades ópticas | Biaxial |
dispersão | Relativamente fraco |
Fluorescência ultravioleta | Não-fluorescente |
Propriedades físicas | |
Peso específico | 277.11 g |
Dureza | 2.5–6.0 |
Ponto de fusão | 400–1 040 °C |
Clivagem | Superfície prismática |
Fratura | Fibroso |
Brilho | Sedoso |
Risca | Branco |
O asbesto (da palavra grega ἀσβεστος, "indestrutível", "imortal", "inextinguível") ou amianto (do grego αμίαντος, puro, sem sujidade, sem mácula)[1] é uma designação comercial genérica para a variedade fibrosa de sais minerais metamórficos de ocorrência natural e utilizados em vários produtos comerciais. Trata-se de um material com grande flexibilidade e resistências química, térmica, eléctrica e à tracção muito elevadas e que além disso pode ser tecido.
O material é constituído por feixes de fibras. Estes feixes, por seu lado, são constituídos por fibras extremamente finas e longas facilmente separáveis umas das outras com tendência a produzir um pó de partículas muito pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras podem ser facilmente inaladas ou engolidas podendo causar graves problemas de saúde.[2]
A inalação prolongada de fibras de amianto pode provocar doenças graves incluindo câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose (um tipo de pneumoconiose).[3][4]
Amplamente utilizado na fabricação de materiais para a construção civil ao longo de décadas, o amianto foi incluído no grupo principal de substâncias cancerígenas pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a organização, 125 milhões de pessoas estão expostas à substância em todo o mundo, e pelo menos 107 mil morrem anualmente de doenças associadas a ela. Por esse motivo, o amianto já foi banido em mais de 60 países.[5]
Até a proibição do uso de amianto no país em 2017, Brasil era o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador mundial de amianto, notadamente da a variedade crisotila. A maioria da produção brasileira era comercializada internamente e destinava-se principalmente à fabricação de telhas onduladas, chapas de revestimento, tubos e caixas d'água. Na indústria automobilística, o amianto é usado em produtos de fricção (freios, embreagens). Em menor quantidade, é possível encontrar amianto em produtos têxteis, filtros, papel, papelão e isolantes térmicos. Seis estados brasileiros (São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina)[6] criaram leis específicas proibindo a produção e comercialização de produtos contendo a substância. Em agosto de 2017, em ação direta de inconstitucionalidade, onde se questionava a constitucionalidade da lei proibitiva de São Paulo, o Supremo Tribunal Federal a considerou constitucional e ainda declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do Art. 2º da Lei Federal nº 9.055/95 que autorizava o uso do amianto crisotila de forma controlada.[7][8] No dia 29 de novembro de 2017, o STF proibiu a extração, a industrialização e a comercialização do amianto em todo o país.[9]
Em 12 de julho de 2018, um júri do estado americano do Missouri ordenou que a empresa Johnson & Johnson pagasse o valor recorde de 4,69 bilhões de dólares a 22 mulheres que alegavam que os produtos à base de talco da empresa, incluindo o pó de bebê, continham amianto e causavam câncer de ovário.[10]