Bainguis

Baingui
ဘရင်ဂျီ
Bainguis em trajes religiosos típicos em missa papal (2017)
População total

3 000

Regiões com população significativa
Myanmar Myanmar
Línguas
Birmanês
Religiões
Catolicismo romano

Bainguis (bayingyi) ou luso-birmanês, é um subgrupo luso-asiático parcialmente descendente de mercenários portugueses em Mianmar (anteriormente Birmânia) durante os séculos XVI e XVII. Foram recrutados para o corpo de mosqueteiros e artilharia das Forças Armadas Reais da Birmânia e, após séculos de assimilação no Vale Mu, particularmente na região de Sagaingue, são parte do grupo étnico dominante localmente, os birmaneses, mantendo no entanto uma identidade portuguesa e religião católica romana.

Galhardete da Artilharia Real Birmanesa de 1853 (Formada por bainguis)

Os Luso-descendentes eram conhecidos pelas suas características caucasianas, como "bainguis", mas o uso diário do termo, juntamente com a aparência europeia dos Bayingyi, é hoje infrequente devido à forte miscigenação com os Bamar. O termo “baingui” derivou da expressão árabe feringui (Feringhi) ou franco (frank),[1] usada para descrever geralmente qualquer europeu ocidental, com a palavra sendo difundida na Ásia por Muçulmano do Médio-Oriente para descrever os invasores cristãos da Europa durante as Cruzadas.[2][3]

Durante os séculos XVI e XVII, as forças armadas reais da Birmânia recrutaram um corpo inteiro de mercenários europeus e muçulmanos, devido à experiência em artilharia e mosquetes, decisiva para os birmaneses na guerra. Em meados do século XVII, os mercenários, que se revelaram politicamente perigosos e caros, foram substituídos por canhoneiros e armeiros no sistema ahmudan militar birmanês. No entanto, os homens que substituíram os mercenários eram eles próprios descendentes dos mercenários europeus estabelecidos em povoados hereditários da Alta Birmânia (nas planícies de Sagaingue), onde continuaram a praticar a sua própria religião, o (catolicismo romano) e seguir seus próprios costumes portugueses.[2][4] Remontando a esses contactos e presença de Jesuítas portugueses, existem alguns préstamos lexicais[5] no birmanês como por exemplo:

Palavra em birmanês Palavra em português
bicakuat biscoito
bolon bola, balão
lelain leilão
nanap ananás
Natatu Natal
taulyia toalha
thabon sabão
waranta varanda
  1. Thant Myint-U (26 de março de 2001). The Making of Modern Burma (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  2. a b «The 400-year history of Portuguese Catholics in Sagaing». Frontier Myanmar (em inglês). 6 de dezembro de 2017. Consultado em 18 de junho de 2022 
  3. «The Bayingyis of Myanmar». lostfootsteps.org (em inglês) 
  4. «The Bayingyi People of Burma». Joao-Roque Literary Journal est. 2017 (em inglês) 
  5. Wurm, Stephen A.; Mühlhäusler, Peter; Tryon, Darrell T. (11 de fevereiro de 2011). Atlas of Languages of Intercultural Communication in the Pacific, Asia, and the Americas: Vol I: Maps. Vol II: Texts (em inglês). [S.l.]: Walter de Gruyter 

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