Basic Instinct | |||||
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Cartaz promocional | |||||
No Brasil | Instinto Selvagem | ||||
Em Portugal | Instinto Fatal | ||||
![]() ![]() ![]() 1992 • cor • 128[1] min | |||||
Gênero | suspense erótico | ||||
Direção | Paul Verhoeven | ||||
Produção | Alan Marshall | ||||
Roteiro | Joe Eszterhas | ||||
Elenco | Michael Douglas Sharon Stone George Dzundza Jeanne Tripplehorn | ||||
Música | Jerry Goldsmith | ||||
Cinematografia | Jan de Bont | ||||
Edição | Frank J. Urioste | ||||
Companhia(s) produtora(s) | Carolco Pictures Le Studio Canal+ | ||||
Distribuição | TriStar Pictures (Estados Unidos) Guild Film Distribution (Reino Unido) UGC (França) | ||||
Lançamento |
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Idioma | inglês | ||||
Orçamento | US$ 49 milhões[2] | ||||
Receita | US$ 352,9 milhões[2] | ||||
Cronologia | |||||
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Basic Instinct (bra: Instinto Selvagem;[3] prt: Instinto Fatal)[4][5] é um filme americano de suspense erótico neo-noir de 1992, dirigido por Paul Verhoeven e escrito por Joe Eszterhas, e estrelado por Michael Douglas e Sharon Stone. O filme segue um detetive da polícia, Nick Curran (Douglas), que está investigando o brutal assassinato de um rico astro do rock. Durante a investigação, Curran se envolve em um relacionamento tórrido e intenso com a principal suspeita, Catherine Tramell (Stone), uma escritora enigmática. Antes da então desconhecida Stone ser escolhida, Douglas recomendou Kim Basinger para o papel de Catherine Tramell, mas Basinger recusou.[6] Ele também havia proposto a personagem para Julia Roberts,[7][8] Greta Scacchi[9] e Meg Ryan,[10] mas elas também rejeitaram o papel, assim como Michelle Pfeiffer, Geena Davis, Kathleen Turner, Ellen Barkin e Mariel Hemingway.[11] Verhoeven considerou Demi Moore.[12] Douglas se negou durante meses a contratar Stone por considerá-la “uma atriz de segunda”.[13]
Em uma entrevista de 2006, Stone alegou que a famosa cena em que sua vulva foi exposta quando ela cruzou as pernas foi filmada sem o conhecimento dela.[14][15] Na cena, Stone acreditava que a personagem não estava usando calcinha e que só seria mencionado e não mostrado.[15][16] Ela estava usando calcinha branca até que Verhoeven disse que refletia a luz na lente da câmera e pediu que ela as tirasse, assegurando-lhe que apenas a sombra seria visível.[15][17] Não foi até que Stone viu o filme em uma sala de projeção com uma audiência de teste que ela tomou conhecimento disso, levando-a dar uma bofetada na cara de Verhoeven e deixar a projeção.[14] No entanto, Verhoeven negou veementemente sua alegação, e disse que ela estava plenamente ciente de que sua vulva seria filmada.[15][18] A sequência de 2006, Basic Instinct 2, estrelado por Stone foi feito sem o envolvimento de Verhoeven, recebeu comentários negativos ou moderados da crítica (principalmente por causa da inevitável comparação com o filme original)[19][20] e não foi particularmente bem sucedido nas bilheterias.[21][22]
Mesmo antes de seu lançamento, Basic Instinct gerou uma controvérsia acalorada devido à sua sexualidade explícita e representação gráfica da violência. Foi fortemente contestada pelos ativistas dos direitos gays, que criticaram a representação do filme de relações homossexuais e a representação de uma mulher bissexual como uma psicopata assassina e narcisista.[23][24] Membros do grupo ativista lésbico e bissexual LABIA protestaram contra o filme em sua noite de abertura. Outros também fizeram piquete de greve nos cinemas para dissuadir as pessoas de comparecer às exibições, carregando cartazes alegando que Hollywood promovia a violência aos homossexuais. Verhoeven defendeu o direito dos grupos de protestar, mas criticou as perturbações que causou, dizendo "não está em elevar sua voz; o fascismo está em não aceitar o não".[25] O crítico de cinema Roger Ebert mencionou a controvérsia em sua resenha, dizendo: "Quanto aos supostamente ofensivos personagens homossexuais: os manifestantes do filme podem notar que os heterossexuais do filme, começando por Douglas, são igualmente ofensivos. Ainda assim, há um ponto a ser feito sobre a insistência ininterrupta de Hollywood em tipificar homossexuais - particularmente lésbicas - como distorcidos e malignos".[26] Camille Paglia denunciou ativistas gays e protestos feministas ao filme Basic Instinct, e chamou a performance de Sharon Stone de "uma das grandes performances de uma mulher na história da tela", elogiando sua personagem como "uma grande figura vampírica, como a própria Mona Lisa, uma deusa pagã".[27] O filme também foi amplamente criticado por enaltecer o cigarro. O roteirista Joe Eszterhas foi posteriormente diagnosticado com câncer de garganta e pediu desculpas publicamente por glamourizar o fumo em seus filmes.[28]
Apesar da negatividade crítica inicial e do protesto público, Basic Instinct tornou-se um dos filmes de maior sucesso financeiro dos anos 90, arrecadando US$ 352 milhões em todo o mundo.[2] Várias versões do filme foram lançadas em videocassete, DVD e Blu-ray. O filme tem sido reconhecido por suas descrições inovadoras de sexualidade no cinema de Hollywood, e tem sido referido pelos estudiosos como "uma obra prima neo-noir que brinca e transgride as regras narrativas do film noir".[29] Este filme provocou grandes mudanças nas mentalidades em Portugal, quando estreou nos cinemas em 1993. Estreou na televisão em Portugal no ano de 1995, na RTP1, e em 1997 foi reexibido, ambas as transmissões feitas na Lotação Esgotada. Sharon Stone ainda faria um cameo de sua personagem Catherine Tramell no filme Last Action Hero na cena da delegacia.
Mas o conteúdo sexual do filme ajudou a determinar a escolha de sua estrela feminina. Ms. Stone, que interpretou a esposa de Arnold Schwarzenegger em 'Total Recall', foi escalada para 'Basic Instinct' apenas depois que atrizes mais conhecidas como Michelle Pfeiffer, Kim Basinger, Geena Davis, Ellen Barkin e Mariel Hemingway rejeitaram sua parte, em grande parte porque exigia tanto nudez e simulação sexual.