Batalha de Tejucupapo batalha do Monte das Trincheiras | |||
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Invasões holandesas do Brasil | |||
Data | 24 de abril de 1646 | ||
Desfecho | Vitória das mulheres de Tejucupapo | ||
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A batalha do Tejucupapo, ou batalha do Monte das Trincheiras como também é conhecida, deu-se no distrito de Tejucupapo da atual cidade pernambucana de Goiana, no contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil, entre forças neerlandesas e luso-brasileiras, em 24 de Abril de 1646.
Nesta luta destaca-se o papel das mulheres da povoação para a derrota dos invasores holandeses. Graças ao seu empenho, ao lado dos homens do lugar, e usando como armas água fervente, pimenta, pedaços de pau, derrotaram cerca de seiscentos soldados, nesta que é considerada a primeira batalha em território brasileiro.[1]
Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco, George Cabral, "no sentido bélico, o conflito ali não foi tão relevante num sentido geral da luta contra os holandeses, mas com certeza podemos dizer que abalou a moral das tropas, derrotadas por mulheres, e que tem impacto simbólico até hoje".[1]
O reduto de Tejucupapo situava-se no litoral norte de Pernambuco, em posição dominante sobre uma colina cuja encosta leste dá acesso à praia de Carne de Vaca, e sua ocupação pelos colonizadores remonta ao século XVI.
A batalha ganha um registro literário com a publicação do livro Mulheres de Tijucupapo[2] de Marilene Felinto. Escrito em 1982, quando a autora tinha 22 anos, o livro narra a viagem de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, localidade fictícia onde sua mãe nasceu, que evoca a história real de Tejucupapo, no Pernambuco. No século XVII, a cidade foi palco de uma batalha entre mulheres da região e holandeses interessados em saquear o estado. Nas entrelinhas de As mulheres de Tijucopapo, conta-se a história das mulheres guerreiras de Tejucupapo. O livro se constrói como um fluxo de consciência literário cujo teor histórico, feminista e antirracista se evidencia no trajeto que a narradora faz de volta a essa terra mítica, iluminando as contradições inerentes à sociedade e à cultura multirracial brasileira.