Berta Ribeiro Bertha Gleizer | |
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Nome completo | Berta Gleizer Ribeiro |
Outros nomes | Berta G. Ribeiro |
Conhecido(a) por | Autoridade em cultura material dos povos indígenas do Brasil |
Nascimento | 2 de outubro de 1924 Bălţi, Bessarábia, Reino da Romênia |
Morte | 17 de novembro de 1997 (73 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Causa da morte | tumor cerebral |
Residência | Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | moldava brasileira |
Progenitores | Mãe: Rosa Sadovinic Gleizer[1] Pai: Motel Gleizer |
Parentesco | Genny Gleizer (irmã) |
Cônjuge | Darcy Ribeiro (c.1948 – s.1974) |
Alma mater |
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Período de atividade | 1949 – 1995 |
Prêmios |
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Orientador(es)(as) | Amadeu José Duarte Lanna |
Instituições | |
Campo(s) | |
Tese | A Civilização da Palha. A Arte do Trançado dos Índios do Brasil (1980) (doutorado) |
Berta Gleizer Ribeiro CONMC (nascida Bertha Gleizer; Bălţi, 2 de outubro de 1924 — Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1997) foi uma antropóloga, etnóloga e museóloga moldava-brasileira, autoridade em cultura material dos povos indígenas do Brasil. Foi casada com o também antropólogo e senador Darcy Ribeiro.[2]
Bertha e sua irmã mais velha Genny, foram abandonadas ainda crianças numa pequena província do Leste Europeu após o suicídio da mãe, pois seu pai já se encontrava no Brasil em busca de oportunidades de trabalho devido à perseguição antissemita que os judeus estavam sofrendo na região.[3] Somente com a ajuda de uma organização internacional é que as duas conseguiram reencontrá-lo em 1932.[3] Alguns anos depois, sua irmã e seu pai são presos e deportados por supostas atividades subversivas na época em que o país passava por intensa repressão política aos imigrantes judeus no início da ditadura Vargas.[1] Ficando órfã, passa a ser cuidada por famílias de imigrantes judeus sob a tutela do Partido Comunista Brasileiro (PCB), se casando posteriormente com Darcy Ribeiro em 1948.[2][3]
A carreira de Berta Ribeiro passa então a ser construída de acordo com os movimentos profissionais e políticos do marido ao longo dos anos, mas sua grande ascensão ocorre quando dele se separa na década de 70, já com 50 anos de idade.[4] Adquire então uma nova paixão, os saberes e fazeres dos povos indígenas, e esse reposicionamento pessoal propicia a sua manifestação e produção em vários setores: acadêmico, político, cultural, editorial e artístico, se tornando posteriormente a maior especialista em cultura material indígena no Brasil do seu tempo.[4]
Ia a campo desenvolver suas pesquisas, a partir do contato direto com diferentes povos indígenas em vários estados do país.[4] Visitou vários museus pelo mundo, organização exposições sobre arte e cultura indígenas do Brasil, além de publicar constantemente sobre povos e costumes.[2] Construiu também importantes bases metodológicas e de classificação para pesquisas de cultura material e na documentação etnomuseológica dos acervos etnográficos.[4] Sua intensa produção acadêmica, artística e cultural foi decorrente da dedicação exclusiva ao seu trabalho, pois atuou em diversas frentes — como pesquisadora e formadora de coleções em museus, publicou nove livros e mais de quarenta artigos, escreveu capítulos em várias obras, além de ter sido professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação.[4] Até o fim da vida, atuou nos campos da antropologia, museologia, etnologia, arte e ecologia.[4]
Foi membro da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), do Conselho Regional de Museologia do Rio de Janeiro e também do Conselho Editorial das Revistas Ciências em Museus, Ciência Hoje das Crianças e dos Anais do Museu Paulista. Fez parte da comissão julgadora de seleção para pós graduação em Artes Visuais e professora no programa de mestrado em História e Crítica da Arte na Escola de Belas-Artes (EBA/UFRJ).[2] Foi assessora da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e chefe de museologia do Museu do Índio (MI), professora do Departamento de Antropologia do Museu Nacional[2] e também desenvolveu pesquisas para a National Geographic Society.
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