Borborismo

Os borboritas ou borborianos, de acordo com o Panarion de Epifânio de Salamis (cap. 26) e de Haereticarum Fabularum Compendium Teodoreto, foram uma seita gnóstica cristã que surgiu por volta do século IV e segundo relatos parece ter durado até o século VI. Epifânio de Salamis deixou um extenso relatório sobre eles em seu Panarion, capítulo 26.[1]

A seita atrai muita atenção dos estudiosos porque suas excepcionais práticas sexuais pareciam um claro exemplo da libertinagem desenfreada da que os gnósticos foram acusados ​​por seus adversários.[2]

Os borboritas se auto-intitulavam "gnósticos" e "iluminados" - no contexto da heresiologia, "aquele que diz ter conhecimento" - e também eram conhecidos como fibionitas, estratióticos, levíticos, secundianos, socratitas, zacaenses, codianos e barbeloítas.[3] O nome "borborita" significa "imundos" o que sugere que não seria uma auto-designação mas sim um termo abusivo inventado por adversários à seita. O Anacephaleiosis, um resumo breve do Panarion, da qual a autoria de Epifânio é disputada, sugere que ele pode ter criado o nome ou recolhido o termo de outros: "Outros os chamam de borboritas. Estas pessoas se orgulham de Barbelo, que também é chamado Barbero".[4] Assim, a outra forma do nome seria "barbelitas" ("povo de Barbelo") e teria sido modificada para barberitas e finalmente borboritas. [5]

Epifânio é particularmente bem-informado sobre a seita segundo ele, por quase ter sido seduzido pela seita[6] o que lhe permitiu ler suas escrituras secretas, tanto este episódio quanto o conteúdo dessas escrituras são contraditório - se Epifânio escapou de ser seduzido pela seita, como então teria acesso a seus escritos e rituais secretos.[7]

  1. The Panarion of Epiphanius of Salamis. [S.l.]: BRILL. ISBN 978-90-04-07926-7 
  2. Stephen Benko (1967). The Libertine Gnostic Sect of the Phibionites According to Epiphanius. [S.l.]: Vigiliae Christianae 
  3. Epifânio de Salamis, Panarion, 25. 2,1 - 26. 3,7
  4. Epifânio de Salamis?, Anacephaleiosis, 26
  5. Wouter J. Hanegraaff; Jefferey L. Kripal; Jeffrey John Kripal (2008). Hidden Intercourse: Eros and Sexuality in the History of Western Esotericism. [S.l.]: BRILL. p. 11. ISBN 978-90-04-16873-2 
  6. . Epifânio de Salamis alega algum conhecimento de primeira-mão da seita e ter fugido de sedutoras mulheres que o repreenderam dizendo "Nós não fomos capazes de salvar este jovem. Ao invés disso, o abandonamos às garras do arconte".Epifânio de Salamis, Panarion, 26, 17.6
  7. Forgery and Counter-forgery: The Use of Literary Deceit in Early Christian Polemics. [S.l.]: Oxford University Press. 10 de janeiro de 2013. p. 19, 22. ISBN 978-0-19-992803-3 

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