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A Cabala ou Cabalá (em hebraico: קַבָּלָה; romaniz.: Kabbalah ou Qabbālâ;[nt 1] literalmente: "recebimento") é um método esotérico, uma disciplina e uma escola de pensamento do misticismo judaico.[1] Os cabalistas tradicionais do judaísmo são chamados Mekubalim (em hebraico: מְקוּבָלים) ou Maskilim (משכילים; "iniciados").
As definições do que é a cabala variam conforme a tradição considerada,[2] que vão desde as suas origens no judaísmo medieval até adaptações mais recentes ao esoterismo ocidental (como, por exemplo, a cabala cristã e a cabala hermética). A cabala judaica é um conjunto de ensinamentos esotéricos que pretende explicar a relação entre o Deus eterno e imutável – o misterioso Ein Sof (sem limites) – e o universo finito e mortal (criado por Deus). A cabala pode ser vista como o fundamento das interpretações místicas no âmbito do judaísmo.[1]
Os cabalistas judaicos originalmente desenvolveram a sua própria forma de transmissão dos textos sagrados no âmbito da tradição judaica e usam frequentemente as escrituras judaicas para explicar e demonstrar seus ensinamentos místicos. Os cabalistas sustentam que esses ensinamentos desvelam o sentido mais profundo da Bíblia Judaica e da literatura rabínica tradicional.[3]
Os praticantes da cabala tradicional acreditam que suas origens remotas antecedem o próprio surgimento das religiões e estabeleceram as bases para a formação da filosofia, das religiões, ciências, artes e sistemas políticos. Historicamente, a cabala surgiu por volta do fim do século XII e início do século XIII, na Espanha e no sul da França, a partir de formas anteriores do misticismo judaico, e passou por uma reinterpretação durante o renascença mística judaica no século XVI, na Palestina otomana.
O Zohar, texto fundamental da cabala, foi composto no final do século XIII.[4] Isaac Luria (séc. XVI) é considerado o fundador da cabala contemporânea. A cabala luriânica se popularizou sob a forma de judaísmo hassídico a partir do século XVIII. No século XX, o interesse acadêmico por textos cabalísticos, conduzido principalmente pelo historiador Gershom Scholem, inspirou o desenvolvimento de pesquisas históricas sobre a cabala no campo dos estudos judaicos.
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