Carmen Miranda

Carmen Miranda

Carmen Miranda em Week-End in Havana (1941).
Nome completo Maria do Carmo Miranda da Cunha
Pseudônimo(s)
  • A Pequena Notável
  • The Brazilian Bombshell
    (no exterior)
  • The Chiquita Banana Girl
    (no exterior)
Nascimento 9 de fevereiro de 1909
Marco de Canaveses, Porto, Portugal
Morte 5 de agosto de 1955 (46 anos)
Beverly Hills, Califórnia, EUA
Causa da morte ataque cardíaco
Nacionalidade portuguesa
brasileira
Progenitores Mãe: Maria Emília Miranda
Pai: José Maria Pinto da Cunha
Parentesco Aurora Miranda (irmã)
Cecilia Miranda (irmã)
Amaro Miranda (irmão)
Cônjuge David Alfred Sebastian (c. 1947; v. 1955)
Ocupação
Período de atividade 1928–1955
Carreira musical
Gênero(s)
Extensão vocal meio-soprano[1]
Instrumento(s)
Gravadora(s)
Website carmenmiranda.com.br
Assinatura
Assinatura de Carmen Miranda

Maria do Carmo Miranda da Cunha GOIHOMC[2] (Marco de Canaveses, 9 de fevereiro de 1909Beverly Hills, 5 de agosto de 1955), mais conhecida como Carmen Miranda, foi uma cantora, dançarina, e atriz luso-brasileira.[3][4][5][a] Sua carreira artística transcorreu no Brasil e nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão.[11] Foi considerada pela revista Rolling Stone como a 15ª maior voz da música brasileira, sendo um ícone e símbolo internacional do Brasil no exterior.[12] Apelidada de "Brazilian Bombshell", Miranda é conhecida por seus figurinos extravagantes e pelo chapéu com frutas que costumava usar em seus filmes estadunidenses, fazendo desses elementos sua marca registrada.

Ainda jovem, ela aprendeu a fazer chapéus em uma boutique antes de gravar seu primeiro álbum com o compositor Josué de Barros, em 1929. A gravação de "P'ra Você Gostar de Mim" (Taí), escrita por Joubert de Carvalho, a levou ao estrelato no Brasil como a principal intérprete do samba na década de 1930.[13][14] Na época, ela se tornou a primeira artista a assinar um contrato de trabalho com uma emissora de rádio no país.[15] Seu crescente sucesso na indústria fonográfica lhe garantiu um lugar nos primeiros filmes sonoros lançados nos anos 1930. Carmen Miranda participou de cinco musicais carnavalescos lançados nesse período, como Alô, Alô, Brasil! (1935) e Alô, Alô, Carnaval (1936). Em 1939, ela apareceu pela primeira vez caracterizada de baiana, personagem que a lançou internacionalmente, no filme Banana da Terra, dirigido por Ruy Costa. O musical apresentava clássicos como "O Que É que a Baiana Tem?", que lançou Dorival Caymmi no cinema.[16]

Ainda em 1939, o produtor da Broadway Lee Shubert ofereceu a Miranda um contrato de oito semanas para se apresentar em The Streets of Paris, depois de vê-la no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro.[17] No ano seguinte, ela fez sua estreia no cinema estadunidense no filme Down Argentine Way, ao lado de Don Ameche e Betty Grable.[18] Naquele ano, Miranda foi eleita a terceira personalidade mais popular nos Estados Unidos e foi convidada a se apresentar junto com seu grupo, o Bando da Lua, para o presidente Franklin D. Roosevelt na Casa Branca.[19] Carmen Miranda chegou a ser a mulher mais bem paga dos Estados Unidos, segundo o Departamento do Tesouro.[20][b]

Ela fez um total de catorze filmes nos EUA entre as décadas de 1940 e 1950, nove deles somente na 20th Century Fox. Embora aclamada como uma artista talentosa, sua popularidade diminuiu até o final da Segunda Guerra Mundial. Seu talento como cantora e performer, porém, muitas vezes foi ofuscado pelo caráter exótico de suas apresentações. Miranda tentou reconstruir sua identidade e fugir do enquadramento que seus produtores e a indústria tentavam lhe impor, mas sem grandes avanços. Sua imagem se tornou a personificação de um exotismo latino-americano genérico, que foi abraçado como singular e peculiar pelo público dos EUA, mas rejeitado como inautêntico e paternalista pelos brasileiros.[22] De fato, apesar de todos os estereótipos que enfrentou ao longo de sua carreira, suas apresentações fizeram grandes avanços na popularização da música brasileira, ao mesmo tempo em que abriram o caminho para o aumento da consciência sobre toda a cultura latino-americana.[23] Miranda foi a primeira artista latino-americana a ser convidada a imprimir suas mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre, em 1941. Ela também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama.[24] Sua figura, muito além da música, se tornou uma influência permanente na cultura brasileira, da Tropicália ao cinema.[25]

Em 20 anos de carreira, ela deixou sua voz registrada em 279 gravações somente no Brasil e mais 34 nos EUA, num total de 313 canções. Um museu foi construído em sua homenagem no Rio de Janeiro.[26] Em 1995, ela foi tema do aclamado documentário Carmen Miranda: Bananas is my Business, dirigido por Helena Solberg.[27] Além disso, uma interseção no cruzamento da Hollywood Boulevard com a Orange Drive, em frente ao Teatro Chinês em Hollywood, foi oficialmente nomeada "Carmen Miranda Square" em setembro de 1998.[28] Até hoje, nenhum artista brasileiro teve tanta projeção internacional como ela.[29]

  1. «Falabella leva Carmen Miranda ao teatro». Arquivado do original em 29 de novembro de 2014 
  2. «Raul Seixas e Carmen Miranda ganham Ordem do Mérito Cultural». O Estado de S. Paulo. 24 de novembro de 2009. Consultado em 30 de maio de 2015 
  3. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. páginas 241 e 335
  4. EURICO DE BARROS (7 de fevereiro de 2009). «Perfil: Carmen Miranda». Diário de Notícias 
  5. Dirami, Vitor (9 de fevereiro de 2012). «Carmen Miranda: A Explosão Brasileira». Obvious. Consultado em 15 de outubro de 2015. Cópia arquivada em 29 de janeiro de 2013 
  6. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. página 119
  7. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. página 241
  8. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. página 310
  9. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. páginas 334 e 335
  10. Castro, Ruy. Carmen: Uma Biografia - A vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX. página 407
  11. «Carmen Miranda - Biografia». UOL - Educação. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  12. Alessander Kerber. «Mídia sonora na construção da identidade nacional brasileira: o caso da obra musical de Carmen Miranda nos anos 1930» (PDF). UFRGS. Consultado em 29 de julho de 2015 
  13. Ubiratan Brasil (6 de agosto de 2005). «Carmen Miranda torna-se um mito meio século após sua morte». Gazeta Digital. Consultado em 2 de junho de 2014 
  14. Gloria Helena Rey (1 de março de 1985). «Brazil remembers its fruit-topped lady». Evening Independent. Consultado em 28 de abril de 2014 
  15. CARDOSO JÚNIOR, Abel. Carmen Miranda – A cantora do Brasil. São Paulo, Edição particular do autor, 1978, p.23.
  16. «Mário Lago 100 anos - Homem do século XX». mariolago.com.br/. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  17. Folha da Manhã (23 de setembro de 1951). «CEM MIL DOLARES PELA LIBERDADE PAGOU CARMEM MIRANDA NOS ESTADOS UNIDOS». Folha de S.Paulo. Consultado em 29 de abril de 2014 
  18. Stephen G. Bloom (24 de agosto de 1984). «After 30 years, Carmen Miranda still a bombshell» (em inglês). Edmonton Journal. Consultado em 22 de abril de 2014 
  19. Woodene Merriman (30 de maio de 1988). «On Trail Of Miranda Museum» (em inglês). Pittsburgh Post-Gazette. Consultado em 22 de abril de 2014 
  20. «Film Star Carmen Miranda Dies». Los Angeles Times. 6 de agosto de 1955. Consultado em 29 de julho de 2015 
  21. Associated Press (6 de agosto de 1955). «Heart Attack Fatal To Carmen Miranda». Daytona Beach Morning Journal. Consultado em 14 de abril de 2014 
  22. The Guardian (27 de fevereiro de 2009). «Hollywood loves foreigners, so long as they're not the stars» 
  23. Jason Ankeny. «Biography - Carmen Miranda». AllMusic. Consultado em 14 de abril de 2014 
  24. «DK Eyewitness Travel Guide: Brazil». Consultado em 2 de setembro de 2014 
  25. «Milhões de melodias nos 90 anos do GLOBO». O Globo. 28 de julho de 2015. Consultado em 12 de julho de 2016 
  26. David Beard (29 de janeiro de 1986). «Museum Shows Off The Fruits Of Carmen Miranda». Chicago Tribune. Consultado em 14 de abril de 2014 
  27. KEVIN THOMAS (7 de outubro de 1995). «TV Reveiws: 'Carmen Miranda' Looks Behind Image». The Los Angeles Times. Consultado em 14 de abril de 2014 
  28. Jason Ankeny (27 de setembro de 1998). «Intersection Named For Singer-actress». Herald-Journal. Consultado em 14 de abril de 2014 
  29. Rafael Leidens. «Cinqüenta anos sem Carmen Miranda». Mais Você. Consultado em 7 de junho de 2014 


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