Classe Dunkerque | |
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![]() O Dunkerque, a primeira embarcação da classe
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Visão geral ![]() | |
Operador(es) | Marinha Nacional Francesa |
Construtor(es) | Arsenal de Brest Ateliers et Chantiers de la Loire |
Predecessora | Classe Lyon |
Sucessora | Classe Richelieu |
Período de construção | 1932–1938 |
Em serviço | 1937–1942 |
Construídos | 2 |
Características gerais | |
Tipo | Couraçado |
Deslocamento | 35 500 a 36 380 t (carregado) |
Comprimento | 215 m |
Boca | 31,1 m |
Calado | 9,7 a 9,9 m |
Maquinário | 4 turbinas a vapor 6 caldeiras |
Propulsão | 4 hélices |
Velocidade | 29,5 nós (54,6 km/h) |
Autonomia | 7 850 milhas náuticas a 15 nós (14 540 km a 28 km/h) |
Armamento | 8 canhões de 330 mm 16 canhões de 130 mm 8 a 10 canhões de 37 mm 32 a 36 metralhadoras de 13 mm |
Blindagem | Cinturão: 225 a 238 mm Convés: 115 a 125 mm Torres de artilharia: 150 a 360 mm Barbetas: 310 a 340 mm Torre de comando: 130 a 270 mm |
Aeronaves | 3 hidroaviões |
Tripulação | 32 a 81 oficiais 1 270 a 1 300 marinheiros |
A Classe Dunkerque foi uma classe de couraçados operada pela Marinha Nacional Francesa, composta pelo Dunkerque e Strasbourg. Foram os primeiros couraçados franceses construídos desde a Classe Bretagne do período pré-Primeira Guerra Mundial e seu projeto foi muito influenciado pelo termos do Tratado Naval de Washington de 1922, que limitou a construção naval nas décadas de 1920 e 1930. Estudos iniciais para novas embarcações inicialmente tinham a intenção de enfrentar velozes cruzadores pesados italianos, o que levou a um projeto de couraçado pequeno e relativamente pouco protegido. Entretanto, o advento dos poderosos cruzadores pesados alemães da Classe Deutschland ameaçavam mais os interesses franceses, criando a necessidade para navios maiores e mais bem armados e protegidos. O projeto final foi completado em 1932 e era de um couraçado relativamente pequeno e armado com oito canhões de 330 milímetros dispostos em duas torres de artilharia quádruplas à vante e com blindagem suficiente para aguentar disparos dos canhões de 283 milímetros da Classe Deutschland. O Strasbourg foi finalizado com um projeto levemente modificado, recebendo uma blindagem mais espessa em resposta aos couraçados italianos da Classe Littorio.
Os dois navios tiveram carreiras relativamente curtas. Foram completados pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial e brevemente serviram na Esquadra do Atlântico no final da década de 1930, com o Dunkerque tendo realizado diversas visitas internacionais, incluindo para a África Ocidental Francesa em 1938 e para o Reino Unido em 1937 e 1939. Os franceses criaram a Força de Ataque em agosto de 1939, na iminência do começo da guerra, centrada nos dois couraçados. Essa formação foi encarregada de caçar os membros da Classe Deutschland que esperava-se que operassem atacando embarcações comerciais no Oceano Atlântico. Os franceses nunca encontraram os alemães e os navios foram para Mers-el-Kébir a fim de impedir que a Itália entrasse na guerra contra a França. Os franceses foram forçados a neutralizar sua frota depois de serem derrotados na Batalha da França em junho de 1940, com os dois membros da Classe Dunkerque permanecendo inativos em Mers-el-Kébir. A Força H britânica tentou afundar as embarcações por achar que os alemães tinham planos para tomá-los; o Dunkerque foi danificado no Ataque a Mers-el-Kébir em julho, porém o Strasbourg fugiu para Toulon, onde se tornou a capitânia das Força de Alto-Mar.
O Dunkerque acabou seriamente danificado em outro ataque britânico alguns dias depois, porém foi temporariamente consertado e retornou para Toulon em fevereiro de 1942 a fim de passar por reparos definitivos. O Strasbourg pouco fez enquanto isso, pois o armistício com a Alemanha limitava suas operações. O Dunkerque ainda estava na doca passando por consertos, quando os alemães lançaram a Operação Anton, ocupando o resto da França em novembro de 1942. Os franceses ordenaram que toda sua frota fosse deliberadamente afundada com o objetivo de impedir que os alemães assumissem seus controles. Os dois couraçados foram seriamente danificados na ação e entregues para controle dos italianos, que os consideraram como perdas totais e parcialmente os desmontaram. O que restou de seus cascos foi bombardeado por aeronaves norte-americanas em 1944 e depois vendidos como sucata na década de 1950.