O cruzador de batalha é um tipo de grande navio de guerra que surgiu na primeira metade do século XX, introduzido pela Marinha Real Britânica.[1]
Foram uma evolução dos cruzadores blindados e, em termos de classificação, ocupam uma área nebulosa entre os cruzadores e os encouraçados. Geralmente, os cruzadores de batalha eram similares em projeto e armamento aos encouraçados do tipo dreadnought, mas com muito menos blindagem a fim de obter maior velocidade.[2] O primeiro navio desse tipo, o HMS Invincible, foi inicialmente denominado "cruzador dreadnought".[3][4]
Embora as especificações técnicas variem, todos os cruzadores de batalha partilhavam um papel a desempenhar semelhante aos dos encouraçados e, geralmente, eram tão grandes e tão caros como eles. Foram concebidos para caçar e abater navios de guerra menores (ou navios mercantes, no caso dos "encouraçados de bolso"), e escapar de navios de guerra maiores que não poderiam enfrentar, significando que não haviam sido projetados para enfrentar canhões do mesmo calibre que carregavam.[5]
Originalmente, a fim de possibilitar isto, afastou-se da prática padrão de proporcionar a um navio blindagem suficiente para protegê-lo de suas próprias armas. O peso poupado da blindagem reduzida permitiu a instalação de motores mais potentes.
A distinção entre cruzador de batalha e encouraçado nunca ficou completamente esclarecida. A ideia do cruzador de batalha foi concebida originalmente pelo Almirante Jackie Fisher, que acreditava que a "velocidade é a melhor proteção". A ideia de Fisher centrava-se em cruzadores de batalha operando com a esquadra, com a intenção deles caçarem esquadrões de cruzadores inimigos e escapar dos encouraçados. A Marinha Imperial Alemã, ao contrário, sacrificou calibre de canhão ao invés de blindagem, a fim de aumentar a velocidade. Apesar da diferença básica entre as filosofias de projeto, ambos desempenharam a mesma tarefa.
Contudo, o encouraçado continuou a dominar a estratégia naval durante a Primeira Guerra Mundial, e o cruzador de batalha foi usado principalmente para acrescentar um apoio veloz e de grosso calibre a uma esquadra de encouraçados. Cruzadores de batalha formaram parte das marinhas britânica, alemã e japonesa durante a Primeira Guerra Mundial e tomaram parte em muitas batalhas navais entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, inclusive na Batalha da Jutlândia. Ao final da guerra, havia pouca diferença entre o projeto de um cruzador de batalha e o de um encouraçado rápido. Grã-Bretanha, Japão e Estados Unidos projetaram cruzadores de batalha ao final da Primeira Guerra Mundial que tinham tanta blindagem quanto os encouraçados, apesar de mais velozes e com menos armamento. O Tratado Naval de Washington, que limitaria a construção de navios de linha a partir de 1922, considerou encouraçados e cruzadores de batalha como iguais. A geração mais recente de cruzadores de batalha projetados foi sucateada para a adequação aos termos do Tratado.
A partir da década de 1930, apenas a Marinha Real Britânica continuou a usar a classificação "cruzador de batalha" para seus navios de guerra. Apesar disso, os navios de linha mais leves e velozes desenvolvidos por Alemanha e França das classes Scharnhorst e Dunkerque foram e continuam freqüentemente sendo chamados de "cruzadores de batalha". Estes navios eram tão blindados quanto muitos dos encouraçados porém carregavam armamento de menor calibre.
Os cruzadores de batalha tornaram-se obsoletos no início da II Guerra Mundial, quando os avanços em projeto e tecnologia permitiram o desenvolvimento de encouraçados rápidos, que combinavam ou até superavam as melhores características dos cruzadores de batalha e lentos encouraçados da I Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial veria os cruzadores de batalha em ação novamente. Contudo, nenhum cruzador de batalha teve sua construção iniciada durante a guerra: a construção de navios de linha foi reduzida a fim de redirecionar recursos para mais porta-aviões e aeronaves. Desde o início da II Guerra Mundial, não foram mais construídos "cruzadores de batalha", apesar de vários navios terem sido descritos como tais.