Democracia conservadora (em turco: muhafazakâr demokrasi) é um termo cunhado pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) da Turquia para descrever sua ideologia.[1][2][3][4][5] A democracia conservadora do AKP foi descrita como um afastamento ou moderação da democracia islâmica e o endosso de valores mais laicos e democráticos. O sucesso eleitoral e a política externa neo-otomana do AKP, que visa ampliar a influência regional da Turquia, fizeram com que os ideais democratas conservadores do partido se espelhassem em outros países, como Marrocos (com o Partido da Justiça e Desenvolvimento) e Tunísia (com o Movimento Ennahda).[6][7]
Em seu sentido mais amplo, o termo democracia conservadora destaca a compatibilidade do islã com a democracia, uma política externa orientada para o Ocidente, economia neoliberal e laicismo dentro do governo.[7][8] Uma vez que a visão foi refletida em várias iniciativas de política econômica, externa, doméstica e social, o termo democracia conservadora tem sido referido como um significante flutuante que engloba uma ampla gama de ideias.[9] Em contraste, e por causa de sua definição ampla, o termo também foi acusado de ser uma pista falsa destinada a esconder uma agenda islamista oculta, mas manter o apoio público.[10]
Os principais ideais da democracia conservadora são mais bem identificados quando comparados com a ideologia islâmica defendida pelos partidos que precederam o AKP.[11] Existe um contraste substancial entre os dois, como em sua posição em relação à União Europeia, a Israel, aos EUA, à política econômica e, em menor medida, à política social.