Difteria | |
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A difteria provoca uma inflamação característica do pescoço. | |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Garganta inflamada, febre, tosse[1] |
Início habitual | 2–5 dias após exposição[2] |
Causas | Corynebacterium diphtheriae transmitida por contacto direto ou pelo ar[2] |
Método de diagnóstico | Observação da garganta, cultura microbiológica[1] |
Prevenção | Vacina contra a difteria[2] |
Tratamento | Antibióticos, traqueostomia[2] |
Frequência | 4500 (2015)[3] |
Mortes | 2100 (2015)[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A36 |
CID-9 | 032 |
CID-11 | 508032285 |
DiseasesDB | 3122 |
MedlinePlus | 001608 |
eMedicine | emerg/138 med/459 oph/674 ped/596 |
MeSH | D004165 |
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Difteria é uma infeção causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae.[2] Os sinais e sintomas variam entre ligeiros e graves.[1] Geralmente começam-se a manifestar dois a cinco dias após a exposição à bactéria.[2] Em muitos casos, os sintomas começam-se a manifestar de forma gradual, começando com inflamação da garganta e febre.[1] Em casos graves, desenvolve-se na garganta uma membrana característica branca ou cinzenta.[2][1] Esta membrana pode impedir a passagem de ar e está na origem de uma tosse característica.[1] O pescoço pode também encontrar-se inchado devido ao aumento de volume dos gânglios linfáticos.[2] Existem também formas de difteria que afetam a pele, olhos ou órgãos genitais.[2][1] Entre as possíveis complicações estão a miocardite, inflamação dos nervos, proteinúria e hemorragias resultantes da diminuição do número de plaquetas no sangue.[2] A miocardite pode causar arritmias cardíacas e a inflamação dos nervos pode causar paralisia.[2]
A difteria é geralmente transmitida entre pessoas por contacto direto ou através do ar.[2][5] No entanto, pode também ser transmitida através de objetos contaminados.[2] Algumas pessoas são portadoras da bactéria sem manifestar sintomas, embora sejam igualmente capazes de transmitir a doença a outras pessoas.[2] Os três principais tipos de C. diphtheriae causam diferentes níveis de gravidade da doença.[2] Os sintomas são causados por uma toxina produzida pela bactéria.[1] O diagnóstico é suspeito mediante observação da garganta, podendo ser confirmado com cultura microbiológica.[1] Ter contraído uma infeção pode não garantir imunidade contra novas infeções.[1]
A vacina contra a difteria é eficaz na prevenção da doença e está disponível numa série de formulações.[2] Durante a infância é recomendada a administração de três ou quatro doses, a par da vacina contra o tétano e da vacina contra a tosse convulsa.[2] É também recomendado que seja feito o reforço da vacina difteria-tétano e cada dez anos.[2] A proteção pode ser confirmada medindo a quantidade de antitoxinas no sangue.[2] A difteria pode ser tratada com os antibióticos eritromicina ou benzilpenicilina.[2] Estes antibióticos podem também ser usados de forma preventiva em pessoas expostas à infeção.[2] Nos casos mais graves pode ser necessária a realização de uma traqueotomia para desobstruir as vias aéreas.[1]
Em 2015 foram reportados oficialmente 4500 casos da doença em todo o mundo, uma diminuição significativa em relação aos 100 000 casos em 1980.[3] Estima-se que antes da década de 1980 ocorressem cerca de um milhão de casos por ano.[1] Atualmente, os locais onde a difteria ainda é comum são a África subsariana, Índia e Indonésia.[1][6] Em 2015, a difteria foi a causa de 2100 mortes, uma diminuição em relação às 8000 em 1990.[4][7] Em regiões do mundo onde ainda é comum, as crianças são o grupo etário mais afetado.[1] Com a introdução generalizada da vacina nos planos de vacinação, a doença é atualmente rara em países desenvolvidos.[1] Nos Estados Unidos registaram-se apenas 57 casos entre 1980 e 2004.[2] Entre 5% e 10% dos casos resultam em morte.[2] A doença foi descrita pela primeira vez por Hipócrates no século V.[2] A bactéria responsável foi identificada por Edwin Klebs em 1882.[2]