A ditadura militar chilena (em castelhano: dictadura militar de Chile) foi um governo militar autoritário que governou o Chile entre 1973 e 1990. A ditadura foi estabelecida depois que o governo democraticamente eleito de Salvador Allende foi derrubado por um golpe de Estado apoiado pela CIA no dia 11 de setembro de 1973. A ditadura foi liderada por uma junta militar presidida pelo general Augusto Pinochet. O colapso da democracia e a crise econômica ocorrida durante a presidência de Allende foram justificativas usadas pelos militares para tomar o poder. A ditadura apresentou sua missão como uma "reconstrução nacional".
O regime foi caracterizado pela supressão sistemática de partidos políticos e pela perseguição de dissidentes a uma extensão que era sem precedente na história de Chile. Ao todo, o regime deixou mais de 3 mil mortos ou desaparecidos, torturou milhares de prisioneiros[1] e forçou 200 mil chilenos ao exílio.[2] A ditadura moldou grande parte da vida política e econômica do Chile moderno. Dois anos depois de sua ascensão, implementou reformas econômicas neoliberais radicais em forte contraste com as políticas esquerdistas de Allende, aconselhadas por uma equipe de economistas de livre mercado formados em universidades estadunidenses, conhecidos como "Chicago Boys".
Em 1980, o regime substituiu a Constituição de 1925 por uma nova Carta Magna elaborada por colaboradores do regime. Os planos de Pinochet de permanecer no poder foram frustrados em 1988, quando o regime admitiu a derrota em um referendo nacional que abriu o caminho para a restauração da democracia em 1990. No entanto, o regime tomou muito cuidado para garantir que o sistema político e econômico que criara permanecesse sem modificações. O regime também providenciou que os militares ficassem fora do controle civil após o fim da ditadura.[3]