Domingo Sangrento | |
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Memorial das vítimas | |
Local | Derry, Irlanda do Norte |
Data | 30 de janeiro de 1972 16:10 (UTC+00:00) |
Tipo de ataque | Assassinato em massa |
Arma(s) | Rifles L1A1 |
Mortes | 14 |
Feridos | 15+ (12 de tiros, dois de impacto de veículos e outros de balas de borracha e destroços) |
Responsável(is) | Exército Britânico |
Domingo Sangrento (Domhnach na Fola (em gaélico); Bloody Sunday (em inglês)) foi um confronto entre manifestantes católicos, protestantes e o exército inglês, ocorrido em Derry, na Irlanda do Norte, no dia 30 de janeiro de 1972. O movimento teve início com uma passeata de dez mil manifestantes que pretendiam, saindo do bairro de Creggan em marcha pelas ruas católicas da cidade, chegar até a Câmara Municipal. Antes disso, entretanto, soldados ingleses partiram para a ofensiva e dispararam contra os manifestantes, deixando 14 ativistas católicos mortos e outros 26 feridos.[1]
Das quatorze vítimas mortas, seis eram menores de idade e um sétimo ferido faleceu meses depois em decorrência dos ferimentos. Todas as vítimas estavam desarmadas e cinco delas foram alvejadas pelas costas. Os manifestantes protestavam contra a política do governo britânico de prender pessoas suspeitas de terrorismo sem um julgamento prévio e contra as desigualdades religiosas presentes na Irlanda do Norte. O incidente terminou por fortalecer ainda mais o Exército Republicano Irlandês (IRA), — organização clandestina que lutava pela separação da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido para obter posterior união com a República da Irlanda — e por aumentar ainda mais o ressentimento dos católicos para com o Reino Unido.
Em memória daquele dia, a canção "Sunday Bloody Sunday" foi escrita, pela banda irlandesa U2, em 1982. Paul McCartney também tratou do incidente na canção "Give Ireland Back To The Irish", lançada em compacto com a sua então nova banda, os Wings, em fevereiro de 1972. Em 1972, John Lennon e Yoko Ono, no álbum Some Time in New York City fizeram a canção "Sunday Bloody Sunday".
Duas investigações foram realizadas pelo Governo Britânico com objetivo de apurar os fatos:
O Widgery Tribunal: realizado no rescaldo dos acontecimentos e absolvendo grande parte dos soldados britânicos e autoridades, mas também criticado por muitos como um "branqueamento" do incidente.
O Inquérito Saville (presidido por Lord Saville de Newdigate): iniciado em 1998 para analisar os acontecimentos, apresentou um relatório em 2010 que mostrava que os soldados e autoridades do Reino Unido procederam de forma errada, acarretando na apresentação de desculpas às famílias das vítimas por parte do Primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.[2]
Bloody Sunday figura entre os mais importantes conflitos da Irlanda do Norte, principalmente devido à truculência do exército inglês.