Donna Haraway | |
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Domma Haraway en 2006. | |
Nascimento | 6 de setembro de 1944 (80 anos) Denver |
Cidadania | Estados Unidos |
Alma mater |
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Ocupação | filósofa, socióloga, professora universitária, historiadora, bióloga, escritora de não ficção |
Distinções |
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Empregador(a) | Universidade da Califórnia em Santa Cruz, European Graduate School, Universidade Johns Hopkins, Universidade do Havaii |
Obras destacadas | When Species Meet, A Cyborg Manifesto, Staying with the Trouble |
Página oficial | |
http://www.egs.edu/faculty/donna-haraway/biography | |
Donna Haraway (Denver, Colorado, 6 de setembro de 1944) é uma filósofa e zoóloga estadunidense, professora emérita no Departamento de História da Consciência e no Departamento de Estudos Feministas na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, Estados Unidos da América.[1] Ela é uma acadêmica reconhecida nas áreas de estudos da ciência e tecnologia, como tecnociência, primatologia, feminismo e estudos pós-coloniais. Foi descrita no início da década de 1990 como "feminista pós-moderna".[2]
Haraway é autora de diversos livros e ensaios fundamentais que relacionam temas da ciência e do feminismo. Dois exemplos proeminentes são 1) "Manifesto Ciborgue: Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX" (1985),[3] traduzido ao português no Brasil em 2009,[4] em que ela redefine a figura do ciborgue para abordar um cenário de relação humano-máquina que questiona o discurso naturalista e suas relações com o capitalismo; e através dessa figura híbrida desfazer a oposição binária entre natural/vida e tecnológico/morte;[5][6][7] e 2) "Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial" (1988)[8] traduzido ao português no Brasil em 2009,[9] no qual a questão de lugar de fala e identidade é aplicada aos saberes científicos, questionando a premissa de neutralidade, objetividade e universalidade incondicional do discurso científico. Ambos textos ressaltados são capítulos do livro "Simians, Cyborgs and Women: The reinvention of nature" (1991), sem tradução integral ao português no Brasil.
Além disso, sobre suas contribuições na intersecção de informação sobre tecnologia e teoria feminista, Haraway é frequentemente citada em trabalhos relacionados a Interação Humano-Computador (Human-Computer Interaction - HCI). Os seus textos supracitados, "Saberes localizados" e "Manifesto Ciborgue", especialmente dispararam discussões com a comunidade IHC (HCI) considerando o posicionamento no qual as pesquisas são feitas e os sistemas são desenhados. Ela também é uma pesquisadora coordenadora na área de ecofeminismo contemporâneo, associado com movimentos pós-humanistas[10] e neomaterialistas (New Materialism).[11]
Sua produção acadêmica critica o antropocentrismo ao destacar a potência de autoorganização em processos não humanos e explora relações dissonantes entre estes processos e práticas culturais, repensando questões éticas.[12] Haraway critica o Antropoceno porque normaliza a ideia do ser humano como uma espécie. No entanto, ela também reconhece a importância desta ideia, percebendo humanos como agentes estratégicos.[13] Haraway prefere o termo Capitaloceno (Capitalocene) que define o imperativo inflexível do capitalismo para se expandir e crescer, mas ela não apoia a noção de destruição irreversível nem para o Antropoceno, nem para o Capitaloceno.
A recepção de seus textos é marcada pelo questionamento de um humanismo dominante na cultura ocidental e o estudo das relações entre humanos e não-humanos, de ciborgues a animais companheiros.[14]
Em 2002 ela recebeu o Prêmio J.D. Bernal (John Desmond Bernal Prize), a maior honraria dada pela Sociedade de Estudos Sociais da Ciência, por contribuições vitalícias para o campo.[15]