Economia dos recursos naturais

A economia dos recursos naturais é o ramo da economia que lida com os aspectos da exploração dos recursos naturais ao longo do tempo, e a sua otimização em termos econômicos e ambientais.[1] A disciplina procura compreender o papel dos recursos naturais na economia, a fim de desenvolver métodos de gestão mais sustentáveis destes recursos e garantir assim a sua disponibilidade para as gerações futuras.[2]

Fundamental para a disciplina é a distinção entre recursos renováveis e exauríveis (ou não renováveis). Os recursos renováveis são aqueles em que a natureza ou o homem possuem razoável controle sobre sua criação, e seu consumo em níveis presentes não implica em riscos razoáveis de exaustão e dificuldades crescentes em sua recuperação. Já os recursos exauríveis não possuem um horizonte claro de renovação. Nem sempre há uma distinção clara entre recursos renováveis e exauríveis, pois em certos casos o recurso, mesmo não sendo passível de reprodução pela natureza ou ações humanas, é consumido de maneira tão lenta e sem perspectivas de sobreutilização que pode ser considerado renovável; ao contrário, outros recursos, embora renováveis, são consumidos em ritmo tão alarmante que podem ser considerados exauríveis.[3]

O conceito de recurso perpétuo é complexo porque a própria definição de recurso é complexa e varia com o advento de novas tecnologias (usualmente permitindo a recuperação mais eficiente de materiais), novas necessidades, e em menor grau com novas condições econômicas (por exemplo, mudanças nos preços de matérias primas ou alteração de tarifas de energia). Por um lado, um material (e seus recursos) pode entrar em um período de escassez e se tornar um material estratégico ou crítico (em imediata crise de exaustividade), mas por outro lado um material disponível pode se tornar inadequado ao uso, tornando seus recursos perpétuos mesmo que anteriormente considerado exaurível; pode mesmo se tornar um recurso sem uso (por exemplo, sílex). Algumas considerações complexas sobre a dinâmica dos recursos incluem a capacidade de reciclagem, a existência de substitutos viáveis, e o uso final na forma de produtos, entre outros fatores consideráveis.

Restrições impostas em condições de guerra ou embargo comercial também podem alterar a dinâmica de disponibilidade de recursos. No caso de minérios, um aproveitamento tecnológico mais eficiente pode também reduzir as necessidades de materiais brutos. Os efeitos de desenvolvimento tecnológicos normalmente tendem a dilatar o horizonte de exaustão de um recurso, reduzindo seu custo, mediante o menor preço futuro esperado e reflexos sobre a oferta no presente[3].

Uma maneira importante de substituir um recurso é por meio de materiais sintéticos; por exemplo, diamantes industrializados e diversos tipos de grafite, que pode ser usado na forma sintética em eletrodos, fibras, formas industriais e pó de grafite. A reciclagem apresenta uma outra forma de substituir ou estender um recurso ao recuperar um material desejado a partir de sucata ou resíduos.

  1. «Economia dos Recursos Naturais - Portal Biologia». www.portalbiologia.com.br. Consultado em 4 de junho de 2009 
  2. «Economia dos recursos naturais, desenvolvimento sustentável e teoria do crescimento econômico: uma aplicação para o Brasil». www.lume.ufrgs.br. Consultado em 4 de junho de 2009 
  3. a b Margulis, Sergio (1990). «Introdução à economia dos recursos naturais». https://www.ipea.gov.br. Consultado em 12 de novembro de 2024 

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