Efeito de borda

Efeito de borda em fragmento de floresta no Noroeste Paulista. Evidente pela presença de gramíneas invasoras.

No campo da ecologia de paisagens, o efeito de borda é uma alteração na estrutura, na composição e/ou na abundância relativa de espécies na área marginal de um habitat, frequentemente associado a ecossistemas terrestres. Esta alteração da estrutura é inicialmente provocada por mudanças microclimáticas que alteram fatores como a luminosidade, a umidade e a temperatura média desses locais, fazendo assim com que plantas que não estejam preparadas para uma condição de maior estresse, característico das regiões de borda, acabem enfraquecendo, provocando mudanças na base das cadeias alimentares, prejudicando as relações ecossistêmicas já estabelecidas, e em casos mais graves, levando à extinção da flora e fauna existentes em uma região.[1][2][3][4]

As bordas dos fragmentos frequentemente estão localizadas adjacentes à estradas, plantações ou outras áreas de uso antrópico, o que pode causar a introdução de espécies exóticas de plantas, animais e microrganismos, alterando ainda mais a estrutura das relações ecológicas e a teia alimentar local.

Em alguns ecossistemas, a mortalidade dos integrantes da flora ocasiona uma rápida ampliação desse efeito, que pode atingir de 50 até 500 metros adentro na vegetação, Portanto, quanto menor e mais isolado for o fragmento de ecossistema, mais intensas serão as consequências do efeito borda.[1][5][6]

  1. a b Ricklefs, Robert; Relyea, Rick (2016). «22» [Ecologia de Paisagem, Biogeografia e Biodiversidade Global]. A Economia da Natureza 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 683–715 
  2. Levin, Simon (2009). The Princeton Guide to Ecology. Princeton: Princeton University Press. pp. 423–444 
  3. Lima-Ribeiro, Matheus de Souza (junho de 2008). «Efeitos de borda sobre a vegetação e estruturação populacional em fragmentos de Cerradão no Sudoeste Goiano, Brasil». Acta Botanica Brasilica (2): 535–545. ISSN 0102-3306. doi:10.1590/S0102-33062008000200020. Consultado em 14 de março de 2021 
  4. «Artigo publicado na Nature alerta para impacto nos vertebrados com criação de bordas florestais». UFMS. 24 de novembro de 2017. Consultado em 14 de março de 2021 
  5. Parra-Sanchez, Edicson; Banks-Leite, Cristina (2 de novembro de 2020). «The magnitude and extent of edge effects on vascular epiphytes across the Brazilian Atlantic Forest». Scientific Reports (em inglês) (1). 18847 páginas. ISSN 2045-2322. PMC PMC7606527Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 33139836. doi:10.1038/s41598-020-75970-1. Consultado em 14 de março de 2021 
  6. Penariol, Leiza V; Madi-Ravazzi, Lilian (dezembro de 2013). «Edge-interior differences in the species richness and abundance of drosophilids in a semideciduous forest fragment». SpringerPlus (em inglês) (1). 114 páginas. ISSN 2193-1801. PMC PMC3611034Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 23556146. doi:10.1186/2193-1801-2-114. Consultado em 14 de março de 2021 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Nelliwinne