They Live | |
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Eles Vivem (prt/bra) | |
![]() 1988 • cor • 94 min | |
Gênero | ação ficção científica suspense terror |
Direção | John Carpenter |
Produção | Larry Franco |
Roteiro | John Carpenter (como Frank Armitage) |
Baseado em | Eight O'Clock in the Morning de Ray Nelson |
Elenco | Roddy Piper Keith David Meg Foster |
Música | John Carpenter Alan Howarth |
Cinematografia | Gary B. Kibbe |
Edição | Gib Jaffe Frank E. Jimenez |
Companhia(s) produtora(s) | Alive Films Larry Franco Productions |
Distribuição | Universal Pictures |
Lançamento | ![]() |
Idioma | inglês |
Orçamento | US$ 3 milhões |
Receita | US$ 13 milhões[1] |
They Live (br[2]/pt[3]: Eles Vivem) é um filme americano de ficção científica de ação, suspense e terror de 1988, escrito e dirigido por John Carpenter. O protagonista do filme é interpretado pelo antigo wrestler e ator canadense Roddy Piper junto com os atores americanos Keith David e Meg Foster. Ele segue um vagabundo sem nome (referido como "John Nada" nos créditos do filme) que descobre que a classe dominante é de um grupo de alienígenas escondendo sua aparência e manipulando as pessoas para gastar dinheiro, criar e aceitar o status quo com mensagens subliminares nos meios de comunicação. A ideia para They Live veio de um conto chamado "Eight O'Clock in the Morning" por Ray Nelson, publicado originalmente na The Magazine of Fantasy & Science Fiction em novembro de 1963, envolvendo uma invasão alienígena na tradição de Invasion of the Body Snatchers, que Nelson, junto com o artista Bill Wray, adaptou em uma história chamada "Nada", publicada na revista em quadrinhos da Alien Encounters em abril de 1986.[4] John Carpenter descreve a história de Nelson como "... a um tipo de história D.O.A., em que um homem é colocado em transe por um hipnotizador de palco. Quando ele acorda, ele percebe que toda a raça humana foi hipnotizada e que criaturas alienígenas estão controlando a humanidade. Ele tem apenas até oito horas da manhã para resolver o problema".[4] Carpenter adquiriu os direitos da história dos quadrinhos e do conto para o filme e escreveu o roteiro, usando a história de Nelson como base para a estrutura do filme. They Live foi filmado em oito semanas durante março e abril de 1988, principalmente em locações no centro de Los Angeles, com um orçamento de pouco mais de US$ 3 milhões.[4]
Os elementos mais políticos do filme são derivados do crescente desgosto de Carpenter com a comercialização cada vez maior da cultura popular e da política dos anos 1980, particularmente a influência da Reaganomics, a política econômica promovida por Ronald Reagan, presidente dos EUA.[5] Ele comentou: "Eu comecei a assistir TV novamente. Rapidamente percebi que tudo o que vemos é projetado para nos vender algo... É tudo sobre querer que nós compremos algo. A única coisa que eles querem fazer é pegar nosso dinheiro". Para este fim, Carpenter pensou nos óculos de sol como sendo a ferramenta para ver a verdade, que "é vista em preto e branco. É como se os alienígenas tivessem nos colorido. Isso significa, é claro, que Ted Turner é realmente um monstro do espaço sideral". (Turner havia recebido algumas críticas da imprensa nos anos 80 por colorir velhos filmes em preto e branco geralmente considerados clássicos, e por transmiti-los em suas redes de televisão) O diretor comentou sobre a ameaça alienígena em uma entrevista: "Eles querem possuir todos os nossos negócios. Um executivo da Universal me perguntou: 'Onde está a ameaça nisso? Todos nós nos vendemos todos os dias'. Eu acabei usando essa linha no filme." Os alienígenas foram deliberadamente feitos para parecerem ghouls, de acordo com Carpenter, que disse: "As criaturas estão nos corrompendo, então elas, elas mesmas, são corrupções dos seres humanos".[4] Como o roteiro era o produto de tantas fontes - um conto, uma história em quadrinhos e uma contribuição do elenco e da equipe - Carpenter decidiu usar o pseudônimo "Frank Armitage", uma alusão a um dos escritores favoritos do cineasta, H.P. Lovecraft (Henry Armitage é um personagem de The Dunwich Horror, de Lovecraft).[4] Carpenter sempre sentiu um parentesco próximo com a visão de mundo de Lovecraft e, segundo o diretor, "Lovecraft escreveu sobre o mundo oculto, o 'mundo embaixo'. Suas histórias eram sobre deuses que são reprimidos, que já estiveram na Terra e agora estão voltando. O mundo por baixo tem muito a ver com o They Live".[4]
O filme estreou em 4 de novembro de 1988 e estreou na primeira posição das bilheterias estadunidenses, faturando US$ 4.8 milhões durante o primeiro fim de semana.[1][6] O filme passou duas semanas no top 10.[7] O filme teve um total bruto interno de US$13,008,928.[1] Carpenter atribuiu o fracasso comercial inicial do filme à hipótese de que aqueles "que vão ao cinema em grande número hoje em dia não querem ser iluminados".[4] A data de lançamento original do filme, anunciada em material promocional em 21 de outubro de 1988, foi adiada por duas semanas para evitar a concorrência direta com Halloween 4: The Return of Michael Myers. Após seu lançamento, foi indicado para dois Saturn Awards e se tornou um filme cult. Teve um impacto duradouro na arte urbana, particularmente a arte de rua de Shepard Fairey; suas citações entraram na cultura popular, e sua briga de beco de quase seis minutos entre os protagonistas faz aparições em listas de todos os tempos para as melhores cenas de luta.[8] A cena de luta influenciou The Wrestler de 2008, seu diretor, Darren Aronofsky, entendeu a cena como uma paródia.[9] No outono de 2010, houve um desenvolvimento de um remake, com Carpenter como produtor. Em 2011, Matt Reeves assinou para dirigir e escrever o roteiro.[10] Em 2017, a banda de rock Green Day prestou uma homenagem a They Live em seu videoclipe de "Back in the USA", do álbum God's Favorite Band.[11] Em julho de 2018, o filme foi selecionado para ser exibido na seção Clássicos de Veneza no 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza.[12]
Em 2009, o documentário Da servidão moderna usou imagens de They Live para explicar a servidão humana abordada na obra. O documentário de 2012 The Pervert's Guide to Ideology apresentado pelo filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Žižek começa com uma análise do filme They Live: Žižek usa o símbolo principal do filme, o uso de óculos de sol especiais que revelaria a verdade daquilo que é percebido, para explicar sua definição de ideologia. Žižek afirma: "They Live é definitivamente uma das obras-primas esquecidas da esquerda de Hollywood. … Os óculos de sol funcionam como uma crítica da ideologia. Eles permitem que você veja a mensagem real sob toda a propaganda, brilho, cartazes e assim por diante. … Quando você coloca os óculos de sol, vê a ditadura na democracia, a ordem invisível que sustenta sua aparente liberdade".[carece de fontes] Carpenter rejeitou as alegações neonazistas de sites como The Daily Stormer de que o filme "é uma alegoria do controle judaico do mundo", notando que o filme "trata de yuppies e do capitalismo desenfreado".[13][14]
No Brasil, a edição limitada e definitiva do filme em blu-ray foi lançada em 2021 pela Versátil Home Vídeo na loja virtual Versátil HV.[15]