Estandarte de Ouro | |
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Logotipo da premiação | |
Descrição | Prêmio destinado aos segmentos que se destacaram nos desfiles das escolas de samba da Série A e do Grupo Especial do carnaval da cidade do Rio de Janeiro |
Data | Durante o carnaval (Fevereiro/Março) |
Organização | O Globo e Extra |
Local | Rio de Janeiro ![]() |
País | ![]() |
Primeira cerimônia | 1972 |
Estandarte de Ouro é o mais antigo e importante prêmio extraoficial do carnaval do Rio de Janeiro, sendo conhecido como "Óscar do samba" ou "Óscar do carnaval", numa referência ao Prêmio Óscar.[1][2][3] Foi criado em janeiro de 1972, numa conversa de bar entre os jornalistas do O Globo Heitor Quartin e Roberto Paulino [4][5][6] O prêmio é organizado e oferecido pelos Jornais O Globo e Extra à personalidades e segmentos que se destacaram nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.[7][8]
A primeira edição ocorreu no carnaval de 1972, sendo entregues prêmios em dez categorias.[9] Ao longo dos anos, novas categorias foram criadas, enquanto outras foram extintas. Desde 2014 são entregues quinze prêmios ao Grupo Especial (a primeira divisão do carnaval carioca) e dois prêmios à Série A (a segunda divisão).[10][11] A premiação é dividida em categorias individuais (como melhor mestre-sala, melhor porta-bandeira, entre outras) e categorias coletivas (melhor samba-enredo, melhor bateria, entre outras). O Estandarte de melhor escola é considerado o prêmio principal. Um júri formado por jornalistas e artistas ligados à música e às artes assistem aos desfiles em um camarote reservado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e, após a última apresentação, se reúnem, em um debate, para eleger os premiados em cada categoria. O resultado é divulgado ao final da reunião, na terça-feira de carnaval, pouco depois do último desfile. Cerca de uma semana após o desfile das campeãs, é organizada uma festa para a entrega dos troféus aos vencedores.
A Mangueira é a maior vencedora da categoria principal, de melhor escola, com nove Estandartes, seguida pelo Salgueiro com oito Estandartes.[3] No ranking geral, somando todas as categorias, a Mangueira também é a maior vencedora da premiação, seguida pelo Salgueiro.[12][13] Entre as personalidades mais premiadas estão os carnavalescos Renato Lage, Rosa Magalhães, Joãosinho Trinta, Max Lopes; os compositores Aluízio Machado, Arlindo Cruz e Martinho da Vila; os intérpretes Jamelão, Neguinho da Beija-Flor e Nêgo; os diretores de bateria Mestre Louro e Mestre Átila; os coreógrafos Fábio de Mello e Carlinhos de Jesus; as porta-bandeiras Selminha Sorriso, Neide da Mangueira, Rita Freitas e Vilma Nascimento; e os mestres-sala Claudinho, Élcio PV e Ronaldinho.[14][15] Dentre os sambas-enredo premiados pelo Estandarte, estão "Bumbum Paticumbum Prugurundum" (1982) do Império Serrano, "Kizomba, a festa da raça" (1988) da Unidos de Vila Isabel, "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!" (1989) da Imperatriz Leopoldinense e "Aquarela Brasileira" (1964/2004) do Império Serrano.
Ao longo dos anos, o Estandarte de Ouro se tornou uma "via alternativa" ao resultado do concurso oficial.[7] Por vezes, o resultado do Estandarte difere do resultado oficial do carnaval, visto que a escolha dos premiados menospreza pequenos erros em detrimento à emoção dos desfiles, buscando premiar os acertos ao invés de punir os erros.[16] Desprezando o sentido técnico das apresentações, o Estandarte já premiou desfiles problemáticos como "Deu a Louca no Barroco" da Mangueira (8.º lugar no carnaval de 1990) e desfiles considerados "injustiçados" pelo concurso oficial como "Ratos e urubus, larguem a minha fantasia" da Beija-Flor (Vice-campeã em 1989).[17][18]