Fundo de Quintal

Fundo de Quintal
Fundo de Quintal
Fundo de Quintal em 2015.
Da esquerda para a direita: Ubirany, Ademir Batera, Bira Presidente, Ronaldinho, Mário Sérgio e Sereno.
Informações gerais
Origem Ramos, Rio de Janeiro (RJ)
País Brasil
Gênero(s)
Período em atividade 1975–presente
Afiliação(ões) Beth Carvalho
Integrantes Bira Presidente
Sereno
Ademir Batera
Júnior Itaguay
Márcio Alexandre
Tiago Testa
Ex-integrantes Almir Guineto
Jorge Aragão
Neoci
Sombrinha
Walter Sete Cordas
Arlindo Cruz
Cleber Augusto
Mário Sérgio
Ronaldinho
Flavinho Silva
Délcio Luiz
Milsinho
Ubirany
Página oficial www.grupofundodequintal.com.br

Fundo de Quintal é um grupo de samba brasileiro formado no Rio de Janeiro na década de 1970. Surgido a partir das rodas de samba do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, agremiação criada por Bira Presidente, Ubirany e Sereno em 1961, o Fundo de Quintal tornou-se ao longo dos anos uma das maiores referências do gênero, em especial no pagode, vertente a qual o grupo se tornou o seu grande paradigma.[1][2][3][4] Atualmente é formado por Bira Presidente (pandeiro e vocais), Sereno (tantã e vocais), Ademir Batera (bateria e vocais), Júnior Itaguay (cavaquinho e vocais), Márcio Alexandre (banjo e vocais) e Tiago Testa (repique de mão e vocais).

Realizadas todas as quartas-feiras na quadra do Cacique de Ramos, as rodas de samba organizadas pelo Fundo de Quintal – abertas a diversos sambistas – revolucionaram muitos aspectos o universo do samba, manifestada por uma renovada linguagem musical caracterizada por um estilo interpretativo ancorado à tradição do partido alto[5][6] e na introdução nas rodas dos instrumentos tantã, repique de mão e banjo de quatro cordas, que foram responsáveis por grandes inovações harmônicas e percussivas no samba.[1][7][8][9]

Com aval da intérprete Beth Carvalho e do produtor musical Rildo Hora,[7][10][11] a RGE convidou músicos do Cacique a participar da gravação de estúdio do LP da cantora, De Pé No Chão,[12] e pouco depois, a gravadora lançou Samba É No Fundo de Quintal, álbum de estreia do grupo.[13][14] Nesse disco, o Fundo de Quintal apresentou como formação os sambistas Bira Presidente, Ubirany, Sereno, Neoci, Almir Guineto, Jorge Aragão e Sombrinha. Entre saídas e entradas de integrantes, o Fundo de Quintal gravou outros LPs ao longo daquela década, dando ainda mais visibilidade às composições de seus novos músicos, como Arlindo Cruz e Cleber Augusto, como também de Guineto e Aragão, que seguiram carreira solo, e ainda de parceiros ligados ao pagodes do Cacique de Ramos, como Luiz Carlos da Vila, Beto sem Braço, Nei Lopes, Wilson Moreira, Noca da Portela, entre outros.[1][13]

O êxito comercial dos trabalhos do Fundo de Quintal – alguns dos quais renderam discos de ouro ou platina, este último no caso do LP O Mapa da Mina – foi fundamental para a afirmação do movimento pagode como uma nova vertente do samba na cena musical brasileira na década de 1980.[1][4][13][15] Mesmo com as saídas de Arlindo Cruz e Sombrinha, dois dos principais compositores do grupo, o Fundo de Quintal continuou sua carreira bem-sucedida ao longo da década de 1990, período no qual ingressaram os músicos Ademir, Mario Sergio e Ronaldinho, que junto aos remanescentes Bira Presidente, Ubirany, Sereno e Cleber Augusto, compuseram a formação mais duradoura da trajetória do grupo. A partir de 2000, o Fundo de Quintal reduziu a produção de trabalhos de estúdio para se dedicar a fazer shows, rotina que manteve ao longo de duas décadas.

  1. a b c d Lopes & Simas 2015, p. 208.
  2. Lopes 2005, p. 180.
  3. Lopes 2019, p. 125.
  4. a b Souza 2003, p. 247.
  5. Lopes & Simas 2015, p. 209.
  6. Lopes 2019, pp. 126-127.
  7. a b Souza 1983.
  8. Lopes 2019, p. 127.
  9. Souza 1985.
  10. Araujo 2019.
  11. Baltar 2019.
  12. Mello & Severiano 2015, pp. 289-290.
  13. a b c Lopes 2019, p. 126.
  14. Trotta & Silva 2015, pp. 10-11.
  15. Souza et al. 1986.

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