George Pell (Ballarat, 8 de junho de 1941 – Roma, 10 de janeiro de 2023) foi um cardeal australiano da Igreja Católica, arcebispo-emérito de Sydney e prefeito-emérito da Secretaria para a Economia.
Ordenado sacerdote em 1966 e bispo em 1987, foi nomeado cardeal em 2003.[1][2] Pell foi o oitavo Arcebispo de Sydney (2001-2014), o sétimo Arcebispo de Melbourne (1996-2001) e bispo-auxiliar de Melbourne (1987-1996). Foi também autor, colunista e orador público.[3]
Desde 1996, Pell manteve um elevado perfil público sobre uma vasta gama de questões, mantendo ao mesmo tempo uma adesão à ortodoxia católica.
Pell trabalhou como padre na zona rural de Victoria e em Melbourne e também presidiu a Caritas Australia (parte da Caritas Internationalis) de 1988 a 1997. Foi nomeado delegado à Convenção Constitucional Australiana em 1998, recebeu a Medalha do Centenário do Governo australiano em 2003 e foi nomeado Companheiro da Ordem da Austrália em 2005. Durante o seu mandato como Arcebispo de Melbourne, Pell estabeleceu o protocolo "Melbourne Response" (a Resposta de Melbourne) em 1996 para investigar e tratar de queixas de abuso sexual de crianças na arquidiocese.[4][1] O protocolo foi o primeiro do género no mundo, mas tem sido alvo de muitas críticas.[5][4]
Em 2020, a Suprema Corte da Austrália anulou[6] a condenação prévia de Pell pelo Tribunal da Comarca de Vitória, em 2018, sob a acusação de crimes sexuais contra menores.[2][7] Pell continuou sob investigação separada da Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé por estas alegações de abuso, acabando também absolvido.[8]
De acordo com os resultados divulgados pela Royal Commission into Institutional Responses to Child Sexual Abuse em 2020, Pell tinha conhecimento do abuso sexual infantil pelo clero nos anos 70, mas não tomou as medidas adequadas para lhe fazer face. Pell afirmou estar "surpreendido" e que as opiniões da comissão "não são apoiadas por provas".[9][10][11]