Golpe de Estado em Honduras em 2009 | |
---|---|
![]() Localização de Honduras
| |
Data | 28 de junho de 2009 |
Local | Honduras |
Casus belli | Alegadas violações repetidas do presidente Manuel Zelaya à constituição hondurenha
|
Desfecho | Presidente Manuel Zelaya deposto pelo Exército hondurenho
|
O golpe de Estado em Honduras em 2009 ocorreu quando o exército hondurenho, em 28 de junho de 2009, aprisionou o presidente Manuel Zelaya e o enviou ao exílio.[1] O golpe foi desencadeado quando Zelaya tentou agendar uma consulta não vinculativa sobre a realização de um referendo sobre o tema da convocação de uma assembleia constituinte para reescrever a Constituição.[2][3] Depois que Zelaya se recusou a cumprir ordens judiciais, a Suprema Corte de Honduras emitiu um mandado secreto para sua prisão, datado de 26 de junho.[4] Dois dias depois, soldados hondurenhos invadiram a casa do presidente no meio da noite e o detiveram,[5] antecipando a consulta.[6] Ao invés de levá-lo a julgamento, o exército o colocou em um avião militar, que o levou para a Costa Rica. Mais tarde naquele dia, após a leitura de uma carta de renúncia de autenticidade contestada, o Congresso hondurenho votou pela destituição de Zelaya e nomeou o presidente do Congresso, Roberto Micheletti, seu sucessor constitucional, para substituí-lo.[7]
A reação internacional ao golpe de Estado de 2009 foi generalizada; as Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia condenaram a destituição de Zelaya como um golpe militar. Em 5 de julho de 2009, todos os Estados membros da OEA votaram, por aclamação, suspender Honduras como um membro da organização até o país "restaurar o governo democrático" (o de Manuel Zelaya).[8] El Salvador, Nicarágua, Guatemala e outros anunciaram sanções econômicas a Honduras devido a situação política.[9] O Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial anunciaram a suspensão da ajuda financeira concedida ao país[10][11] e houve a retirada de todos os embaixadores da União Europeia de Honduras.[12]
Nas semanas após os eventos de 28 de junho, o Congresso decretou um estado de sítio, suspendendo as garantias dos cidadãos contidas em 8 artigos da Constituição,[13] houve também manifestações de apoio em ambos os lados.[14]
Em julho de 2011, a Comissão da Verdade de Honduras[15] concluiu que Zelaya infringiu a lei quando desconsiderou a decisão da Suprema Corte ordenando que cancelasse o referendo, mas que sua destituição do cargo foi ilegal e um golpe. A designação de Roberto Micheletti pelo Congresso como presidente interino foi considerada inconstitucional pela Comissão e seu governo como um "regime de facto".[16]