Governo do Acordo Nacional ou Governo de União Nacional[1] é um governo provisório proposto para a Líbia formado sob os termos do Acordo Político Líbio, que foi assinado em 17 de dezembro de 2015.[2] O acordo foi endossado unanimemente pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e foi recebido com a formação de um Conselho Presidencial para a Líbia e que reconheceu que o Governo do Acordo Nacional será o único governo legítimo da Líbia.[3] Foi um governo no exílio baseado em Túnis[4] de 12 de março de 2016 até 30 de março (data em que foi instalado em Trípoli)[5], formado sob a égide das Nações Unidas a fim de solucionar a Segunda Guerra Civil Líbia.[6]
Em 31 de dezembro de 2015, o presidente da Câmara dos Representantes da Líbia, Aguila Saleh Issa havia declarado seu apoio ao Acordo Político Líbio.[7]
O Governo do Acordo Nacional possuiria 17 ministros e seria liderado pelo primeiro-ministro designado Fayez al-Sarraj. A primeira reunião do gabinete do Governo do Acordo Nacional ocorreu em 2 de janeiro de 2016, em Túnis.[8] Um gabinete completo constituído por 32 ministros foi anunciado em 19 de janeiro de 2016.[9]
Em 25 de janeiro, a Câmara dos Representantes se recusou a conceder a sua confiança ao novo governo[10] e al-Sarraj apresenta, portanto, a sua resignação e a de seu governo.[11] No dia seguinte, ele anuncia a formação de um novo governo dentro de dez dias.[12]
Em 14 de fevereiro, um novo governo de dezoito membros é proposto e no dia 12 de março toma posse.[13] Esse governo foi empossado sem um voto de confiança, o que não poderia ocorrer, no entanto, justifica a sua legitimidade por uma petição assinada por uma maioria de membros da Câmara dos Representantes[14] e é apoiado pela França, Estados Unidos, Alemanha, Itália e Reino Unido[14].
Em 17 de março de 2016 o Parlamento de Trípoli rejeitou a declaração de início de mandato do governo de união nacional.[15]. Em 19 do mesmo mês, foi a vez do governo de Tobruque rejeitar[16].
O primeiro-ministro da Governo do Acordo Nacional, Fayez al-Sarraj, e seis outros membros do Conselho Presidencial e do gabinete proposto chegaram a Trípoli em 30 de março de 2016.[17] No dia seguinte, foi relatado que este governo assumiu o controle dos primeiros gabinetes ministeriais e que o primeiro-ministro do Governo de Salvação Nacional Khalifa al-Ghawi havia fugido para Misrata.[18]
Depois de março de 2016, o conflito entre os dois parlamentos rivais, a Câmara dos Representantes da Líbia e o Congresso Geral Nacional, se intensificou. [19] Apesar de apoiá-la anteriormente, a Câmara dos Representantes retirou seu reconhecimento do Governo do Acordo Nacional votando contra o mesmo no verão de 2016 e se tornando seu rival para governar o país. [20] Embora fosse apoiado apenas por partes do Congresso Geral Nacional e sem a aprovação formal da Câmara dos Representantes, que convocou novas eleições a serem realizadas até fevereiro de 2018, [21] o Governo do Acordo Nacional prosseguiu sendo reconhecido pelas Nações Unidas como governo legítimo da Líbia. [22]
De 2015 a 2016, o Governo do Acordo Nacional lutou para afirmar sua autoridade e não teve sucesso em unificar a Líbia. A viabilidade final do Governo do Acordo Nacional era incerta, uma vez que o país permaneceu muito dividido em linhas políticas, tribais e ideológicas. [23]
Em 10 de março de 2021, a Câmara dos Representantes aprovou formalmente a formação de um Governo de Unidade Nacional liderado por Mohamed al-Menfi como presidente do Conselho Presidencial e Abdul Hamid Dbeibeh como Primeiro-Ministro com o objetivo de unificar o Governo do Acordo Nacional com o governo rival baseado em Tobruk. [24]