Greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018

Greve dos caminhoneiros

24 de maio: motoristas fazem fila para abastecer, em Brasília.
Início 21 de maio de 2018
Finalização 30 de maio de 2018
Lugar  Brasil
Classe Motoristas de caminhão e outras categorias.[1][2][3]
Reivindicações
  • Redução no preço do diesel
  • Isenção de pedágio de eixos suspensos
  • Aprovação do projeto de lei 528 de 2015
  • Criação de um marco regulatório para os caminhoneiros
[4]
Lideranças sindicais
  • Caminhoneiros Autonomos (sem liderança definida)
  • CNTA - Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos
  • Unicam - União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil
  • Abcam - Associação Brasileira dos Caminhoneiros
[4][5]

A greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018, também chamada de Crise do Diesel,[6][7] foi uma paralisação de caminhoneiros autônomos com extensão nacional iniciada no dia 21 de maio, no Brasil, durante o governo de Michel Temer,[8][9][10] e terminou oficialmente no dia 30 de maio, com a intervenção de forças do Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal para desbloquear as rodovias.[11] Algumas tentativas de continuidade do movimento ainda ocorreram, como a liderada no Distrito Federal pelo caminhoneiro Wallace Landim, alcunhado de "Chorão", mas não tiveram adesão.[12] Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, realizados pela estatal Petrobras com frequência diária, pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso[13] e pelo fim do PIS/Cofins sobre o diesel.[14] O preço dos combustíveis vinha aumentando desde 2017 e sua tributação representa 45% do preço final, sendo 16% referente ao PIS/COFINS, de competência da União.[15][16] O preço ao consumidor da gasolina brasileira estava na média mundial na semana da greve, em valores absolutos, enquanto o diesel estava abaixo da média, sendo o segundo mais barato do G8+5, apesar de ser o segundo mais caro na América Latina, ao lado de Paraguai e Argentina.[17][18][19]

A paralisação e os bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal[20][21] causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer.[22][23][24] Além disso, várias aulas e provas foram suspensas,[25][26][27] a frota de ônibus foi reduzida, e voos foram cancelados em várias cidades.[28]

Até o dia 24 de maio, pelo menos cinco cidades no Rio Grande do Sul haviam decretado situação de calamidade pública devido aos desabastecimentos,[29][30] enquanto outras cidades de quatro estados decretaram estado de emergência, dentre elas São Paulo e Porto Alegre.[31][32] Desde o início da greve, as ações da Petrobras na B3 caíram 34 por cento, diante da redução do preço do diesel decorrente de negociações, perdendo 137 bilhões de reais em valor de mercado.[33][34] No dia 25, o governo anunciou o uso das Forças Armadas para desobstruir as rodovias.[35][36][37]

A greve e suas repercussões receberam cobertura internacional pela imprensa[38] e dos principais jornais do país.[39][40] A Anistia Internacional classificou o uso das forças armadas para desbloquear as rodovias como "extremamente preocupante".[41] O ministro da segurança pública, Raul Jungmann, afirmou que o governo investigava a prática de locaute,[42] negada pelos grevistas.[43] No Senado, houve protesto,[41] enquanto centrais sindicais,[5] partidos políticos,[44][45][46] e pré-candidatos às eleições presidenciais[47][48][49][50] posicionaram-se a respeito da greve, alguns expressando apoio aos grevistas. Já o ex-ministro Henrique Meirelles afirmou que há um componente político-ideológico no movimento dos caminhoneiros.[49]

  1. «Motoristas de vans escolares aderem à paralisação em São Paulo». Estadão 
  2. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome EstadaoMotoboys
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ZHCategorias
  4. a b BBC (24 de maio de 2018). «Quem são e o que querem os caminhoneiros que estão parando o país?». G1. Globo.com. Consultado em 25 de maio de 2018 
  5. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome BBC_Intervenção
  6. Moura, Renata (24 de maio de 2018). «A cronologia da crise do diesel, do controle de preços de Dilma à greve dos caminhoneiros». BBC Brasil (em inglês) 
  7. «Crise do diesel: governo pede trégua a caminhoneiros». VEJA.com 
  8. «Greve dos caminhoneiros se arrasta; afinal, quando isso tudo deve acabar?». UOL. 24 de maio de 2018 
  9. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome FolhaAdesao
  10. «Greve de caminhoneiros, no 5º dia, causa reflexos pelo país». G1. Globo.com. 25 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 
  11. «Greve dos caminhoneiros: a cronologia dos 10 dias que pararam o Brasil». UOL Economia. 30 de maio de 2018. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2018 
  12. «Líder marca protesto com 50 mil caminhoneiros em Brasília, mas apenas 4 comparecem». O Estado de S. Paulo. 1.º de junho de 2018. Arquivado do original em 28 de dezembro de 2018 
  13. «Representante de caminhoneiros em MT diz que greve não se resume à redução do diesel e cita outras reivindicações». G1 
  14. «Líder dos caminhoneiros diz que greve só será suspensa com fim do PIS/Cofins sobre diesel». O Globo. 24 de maio de 2018 
  15. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome GloboFAQ
  16. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Infomoney
  17. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome MediaGas
  18. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome MediaDiesel
  19. «Diesel está abaixo da média e subiu menos». Valor econômico. 25 de maio de 2018. Consultado em 27 de maio de 2018 
  20. «Ao vivo: 5º dia da greve dos caminhoneiros contra preços dos combustíveis». VEJA.com 
  21. «Greve dos caminhoneiros ainda bloqueia estradas em 24 estados e no Distrito Federal». Extra Online 
  22. «Brazil Truckers Strike for Fourth Day» [Caminhoneiros brasileiros em greve pelo quarto dia] (em inglês). Bloomberg. 24 de maio de 2018 
  23. «Gasolina chega a R$ 9,99 em Brasília; motoristas fazem fila em postos». G1. 24 de maio de 2018 
  24. «Em 4º dia de greve, cidades ficam sem combustível e sem alimentos». Folha de S.Paulo. 24 de maio de 2018 
  25. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome EMMG
  26. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome G1Aulas
  27. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome OAB
  28. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome aeroporto
  29. «Sobe o número de cidades do RS com decreto de calamidade pública». Correio do Povo. 24 de maio de 2018 
  30. «Sobe o número de cidades do RS com decreto de calamidade pública». Correio do Povo. 25 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 
  31. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome UOLEmergencia
  32. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Covas
  33. «Petrobras perde R$ 40 bi em valor de mercado com saída de Parente». Veja. 1 de Junho de 2018. Desde o início da greve dos caminhoneiros, em 21 de maio, o valor de mercado da companhia já caiu 137 bilhões de reais. 
  34. «Ações da Petrobras recuam 12,33% com redução do preço do diesel». Veja. Abril. 24 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 
  35. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ExameExercito
  36. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome correio
  37. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome GLO
  38. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Internacional
  39. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ValorJornais
  40. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome G1Jornais
  41. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome FolhaAI
  42. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome G1Jungmann
  43. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome NexoLocaute
  44. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome psol
  45. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome causa
  46. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome PCB
  47. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome poder
  48. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome folha1
  49. a b «O que os presidenciáveis dizem sobre a greve dos caminhoneiros». Uol. 25 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 
  50. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome FolhaPE

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Nelliwinne