Hepatite A | |
---|---|
Icterícia causada por hepatite A | |
Sinónimos | Hepatite infeciosa (em desuso) |
Especialidade | Infectologia, gastroenterologia |
Sintomas | Náuseas, vómitos, diarreia, urina escura, pele amarela, febre, dor abdominal[1] |
Complicações | Insuficiência hepática aguda[1] |
Início habitual | 2–6 semanas após infeção[2] |
Duração | 8 semanas[1] |
Causas | Ingerir alimentos ou água contaminados com o vírus da hepatite A, fezes infetadas[1] |
Método de diagnóstico | Análises ao sangue[1] |
Prevenção | Vacina contra a hepatite A, lavar as mãos, cozinhar devidamente os alimentos[1][3] |
Tratamento | Cuidados de apoio, transplante de fígado[1] |
Frequência | 114 milhões de sintomáticos e não sintomáticos (2015)[4] |
Mortes | 11 200[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B15 |
CID-9 | 070.0, 070.1 |
CID-11 | 991455762 |
DiseasesDB | 5757 |
MedlinePlus | 000278 |
eMedicine | med/991 ped/977 |
MeSH | D006506 |
![]() |
Hepatite A (anteriormente denominada hepatite infeciosa) é uma doença infeciosa aguda do fígado causada pelo vírus da hepatite A (VHA).[6] Muitos casos apresentam poucos ou nenhum sintomas, especialmente nos mais jovens.[1] O intervalo de tempo entre a infecção e o aparecimento de sintomas, nas pessoas que os manifestam, é de duas a seis semanas.[2] Quando ocorrem sintomas, têm geralmente a duração de oito semanas e podem incluir náuseas, vómitos, diarreia, pele amarela, febre e dores abdominais.[1] Entre 10 e 15% dos doentes verifica-se recorrência dos sintomas durante os seis meses posteriores à infecção inicial.[1] É raro ocorrer insuficiência hepática aguda, sendo mais comum entre idosos.[1]
A doença é geralmente transmitida ao comer ou beber alimentos ou água contaminados com fezes infetadas.[1] O marisco mal cozinhado é uma fonte relativamente comum.[7] A doença pode também ser transmitida por contacto próximo com uma pessoa infetada.[1] Embora as crianças muitas vezes não manifestem sintomas, são igualmente capazes de infetar outras pessoas.[1] Após a primeira infeção a pessoa ganha imunidade para o resto da vida.[8] O diagnóstico requer exame de sangue, já que os sintomas são similares a de inúmeras outras doenças.[1] É um dos cinco tipos conhecidos de vírus de hepatite: A, B, C, D e E.
A vacina contra a hepatite A é eficaz na prevenção da doença.[1][3] Alguns países recomendam a vacinação de rotina em crianças e pessoas em grupos de risco que não foram anteriormente vacinadas.[1][9] A vacina aparenta ser eficaz durante toda a vida.[1] Entre outras medidas de prevenção estão lavar as mãos frequentemente e cozinhar os alimentos de forma adequada.[1] Não existe tratamento específico, sendo apenas recomendado descanso e medicamentos para as náuseas e para a diarreia, caso sejam necessários. A infeção geralmente resolve-se sozinha e sem causar outras doenças no fígado. No caso de provocar insuficiência hepática aguda, o tratamento consiste num transplante de fígado.[1]
Em todo o mundo ocorrem anualmente cerca de 1,4 milhões de casos sintomáticos de hepatite A[1] e 102 milhões de infeções, tanto sintomáticas como assintomáticas.[10] A doença é mais comum em regiões onde há escassez de água potável e não existe saneamento.[9] Nos países em vias de desenvolvimento, cerca de 90% das crianças até aos 10 anos já foi infetada, sendo assim imunes na idade adulta.[9] A doença ocorre muitas vezes em surtos nos países pouco desenvolvidos, em que as pessoas não são expostas durante a infância e a maioria da população não é vacinada.[9] Em 2010, a hepatite A aguda provocou a morte a 102 000 pessoas.[11] Todos os anos, em 28 de julho, o Dia Mundial de Combate à Hepatite procura alertar o público para a hepatite viral.[9]