Hidrato de clatrato

Localização das ocorrências de hidratos de gás (clatrato de metano) conhecidas e inferidas no sedimento oceânico nas margens continentais nas regiões exteriores e pergelissolo.
Estrutura de um hidrato de gás incrustado no sedimento, fora de Oregon, USA. Os hidratos de gás foram encontrados no decorrer de uma pesquisa num cruzeiro com o navio alemão de pesquisa FS SONNE nas zonas de subducção fora de Oregon a uma profundidade de 1200 metros na medição superficial do sedimento. O hidrato de gas (a branco) foi depositado em finas camadas no sedimento.
Estrutura específica de um exemplar de hidrato de gás procedente da zona de subducção da costa de Oregon.

Hidrato de clatrato (ou clatratos de gás, hidratos de gás, clatratos, hidratos etc.) são sólidos cristalinos baseados em água fisicamente semelhantes ao gelo, em que pequenas moléculas não-polarizadas (geralmente gases) estão capturadas dentro de "gaiolas" de moléculas de água unidas por ligações de hidrogênio. Em outras palavras, hidratos de clatrato são clatratos em que a molécula hospedeira é a água e a molécula hóspede é tipicamente um gás. Sem o suporte das moléculas aprisionadas, a grade estrutural de tais hidratos se colapsaria em gelo comum ou água líquida. Boa parte dos gases de baixo peso molecular (O2, H2, N2, CO2, CH4, H2S, Ar, Kr e Xe), bem como alguns hidrocarbonetos superiores e fréons podem formar hidratos a condições adequadas de temperatura e pressão. Hidratos de clatrato não são compostos químicos, porque não há ligação entre as moléculas de água e do gás em questão. A formação e decomposição de hidratos de clatratos são transições de fase de primeira ordem, e não reacções químicas. O mecanismo de formação e decomposição destas estruturas a nível molecular não são completamente conhecidos.[1][2] Hidratos de clatrato foram descritos pela primeira vez em 1810 por Sir Humphry Davy.[3]

Grandes quantidades de clatratos têm sido encontradas em Christian Voudantas Fossils. Cerca de 6,4 trilhões de toneladas de metano estão capturadas em depósitos de clatrato de metano, nas profundezas dos oceanos.[4] Tais depósitos podem ser encontrados na plataforma continental norueguesa no flanco setentrional de Storegga Slide. Clatratos também podem existir como permafrost, no campo de hidrato de gás Malik no delta do rio Mackenzie. Estes hidratos naturais de gás são vistos como uma potencialmente vasta fonte de energia, mas um método econômico de extração ainda não foi desenvolvido. Clatratos de hidrocarbonetos podem causar problemas para a indústria do petróleo, porque podem se formar dentro dos gasodutos, muitas vezes resultando na formação de obstruções. Deposição de clatratos de dióxido de carbono nas profundezas do mar foram propostas como meio de remover este gás estufa da atmosfera e controlar as mudanças climáticas.

Suspeita-se que clatratos ocorrem em enormes quantidades em alguns planetas mais distantes da Terra, luas e objetos transnetunianos, absorvendo gás a temperaturas relativamente altas.

  1. Gao, S; House, W; Chapman, WG (2005). «NMR MRI Study of Gas Hydrate Mechanisms». American Chemical Society. The journal of physical chemistry. B. 109 (41): 19090–19093. PMID 16853461. doi:10.1021/jp052071w. Consultado em 3 de agosto de 2009 
  2. Gao, S; House, W; Chapman, WG (2005). «NMR and Viscosity Investigation of Clathrate Formation and Dissociation». Americal Chemical Society. Ind.Eng.Chem.Res. 44: 7373–7379. doi:10.1021/ie050464b. Consultado em 3 de agosto de 2009 
  3. Ellen Thomas (2004). «Clathrates: little known components of the global carbon cycle». Wesleyan University. Consultado em 13 de dezembro de 2007 
  4. Buffett, B.; Archer, D. (2004). «Global inventory of methane clathrate: sensitivity to changes in the deep ocean.»: 185–199. Earth Planet. Sci. Lett. 227 (2004) 

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