O termo intelectual deriva do latim tardio intellectualis, adjetivo que indica aquilo que, em filosofia, diz respeito ao intelecto na sua atividade teórica, ou seja, separado da experiência sensível - esta considerada como de grau cognitivo inferior. Na concepção aristotélica, eram definidas, como intelectuais, virtudes como ciência, sapiência, inteligência e arte, as quais permitiriam, à "alma intelectiva" - distinta da "alma vegetativa" e da "alma sensitiva" e entendida como princípio vital do Homem[1][2] -, alcançar a verdade. No campo da metafísica, o termo indica a abstração, em contraposição à concretude e à materialidade.
Contemporaneamente, a definição do intelectual é geralmente construída pelos próprios intelectuais e segundo suas respectivas concepções, o que resulta em várias abordagens e definições do termo. Autores como Norberto Bobbio e Bernard-Henri Lévy[3] concordam em pelo menos um aspecto: o intelectual se define social e historicamente, segundo o papel das ideias em uma dada sociedade. Segundo Bobbio, "toda sociedade em todas as épocas teve seus intelectuais ou, mais precisamente, um grupo mais ou menos amplo de pessoas que exercem o poder espiritual ou ideológico, em oposição ao poder temporal ou político".[4]
Ainda, intelectual é uma pessoa que se envolve em pensamento crítico, pesquisa e reflexão sobre a realidade da sociedade e que propõe soluções para os problemas normativos da sociedade. Vindo do mundo da cultura, seja como criador ou como mediador, o intelectual participa da política, seja para defender uma proposição concreta ou para denunciar uma injustiça, geralmente seja rejeitando ou produzindo ou estendendo uma ideologia e defendendo um sistema de valores.[5][6][7]