Jair Messias Bolsonaro GOMM (Glicério,[nota 3] 21 de março de 1955), é um militar reformado e político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Liberal (PL). Foi o 38.º presidente do Brasil, de 1.º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022, tendo sido eleito pelo Partido Social Liberal (PSL) durante as eleições presidenciais de 2018. Foi deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 1991 e 2018. Nasceu em Glicério, mas passou a adolescência em Eldorado, no interior de São Paulo. Começou sua carreira militar no município fluminense de Resende após formar-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977. Serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro.
Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando os baixos salários dos militares, texto pelo qual foi preso. Em 1987, a mesma revista o acusou de planejar plantar bombas em unidades militares, mas após ser condenado em primeira instância, o Superior Tribunal Militar o absolveu dessa acusação no ano seguinte. Transferiu-se para a reserva no mesmo ano com o posto de capitão e concorreu à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, sendo eleito vereador como membro do Partido Democrata Cristão (PDC). Em 1990,foi eleito para a câmara baixa do Congresso Nacional, cargo para o qual foi reeleito seis vezes. Durante 27 anos como congressista, ficou conhecido por seu conservadorismo social e por diversas polêmicas,[10] principalmente por ser um vocal opositor dos direitos LGBT e por declarações classificadas como discurso de ódio,[11][12][13] que incluem a defesa das práticas de tortura e assassinatos cometidos pela ditadura militar brasileira.[14] Tido como um político polarizador,[15][16][17] seus pontos de vista e comentários, amplamente descritos como de extrema-direita e populistas,[19] atraíram elogios e críticas no Brasil e no mundo.[20][21][22]
Sua campanha presidencial foi lançada pelo PSL em agosto de 2018, quando passou a se apresentar como um candidato antissistema,[23] pró-mercado[24] e defensor de valores familiares.[25] Após disputar o segundo turno das eleições de 2018 com Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi eleito com 55,13% dos votos válidos. Seu governo se caracterizou por forte presença de ministros de formação militar, alinhamento internacional com a direita populista[26][27] e por políticas antiambientais,[28] anti-indigenistas[28] e pró-armas.[29][30] Foi também responsável por um amplo desmonte das políticas e órgãos da cultura,[31][32] da ciência e da educação,[33][34][35] além de promover repetidos ataques às instituições democráticas[36][37] e fazer maciça divulgação de notícias falsas.[38] Apesar da criminalidade[39] e do desemprego terem seguido a tendência de queda vista desde o Governo Michel Temer,[40] a média de crescimento do PIB foi de cerca de 1,5% ao ano,[41] a precarização do trabalho, a inflação[42] e a fome[43] aumentaram, enquanto a renda per capita, a desigualdade e a pobreza atingiram os piores níveis desde 2012.[44]
Sua administração envolveu-se em uma série de controvérsias e vários dos ministros que haviam sido indicados originalmente deixaram seus cargos[45] e criticaram o governo.[46] A resposta de Bolsonaro à pandemia de COVID-19 no Brasil também foi reprovada em todo o espectro político e apontada como negacionista,[47][48] depois que ele minimizou os efeitos da doença[49][50] e defendeu tratamentos sem eficácia comprovada, além de ter desestimulado a vacinação,[51][52][53] o uso de máscaras de proteção[54][55] e as medidas de distanciamento social,[56][57][58] posturas que contribuíram para até 400 mil mortes evitáveis[59] e que foram consideradas um crime contra a humanidade pelo Tribunal Permanente dos Povos.[60] Nas eleições de 2022, foi derrotado no segundo turno por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo o primeiro presidente do Brasil a não conseguir se reeleger desde a instituição da reeleição em 1997. Foi condenado em junho de 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político, ficando inelegível por oito anos.[61] Atualmente é investigado por possíveis crimes contra o patrimônio público e foi indiciado pela Polícia Federal pela tentativa de golpe de Estado que envolveu os atos golpistas após as eleições e culminou nos ataques de 8 de janeiro em Brasília.[62]
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correspondente
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