Kabuki

 Nota: Para outros significados, veja Kabuki (desambiguação).
O teatro Kabuki
Património Cultural Imaterial da Humanidade

A fundadora do teatro Kabuki, Izumo no Okuni, segurando uma espada katana e transportando uma cruz cristã.
País(es)  Japão
Domínios Artes cénicas
Referência en fr es
Região Ásia e Pacífico
Inscrição 2008 (3.ª sessão)
Lista Lista Representativa

Kabuki (歌舞伎) ou cabúqui[1] é uma forma de teatro japonês, conhecida pelo drama estilizado e a elaborada maquilhagem utilizada pelos atores. O significado individual de cada ideograma é canto (ka) (歌), dança (bu) (舞) e habilidade (ki) (伎), e por isso a palavra kabuki é por vezes traduzida como "a arte de cantar e dançar". Esses ideogramas, entretanto, são o que se chamam de ateji (ideogramas usados apenas com sentido fonético) e não refletem a mesma etimologia da palavra. Acredita-se, de facto, que "kabuki" derive do verbo kabuku, que significa aproximadamente "transgredir" ou "estar fora da norma", donde se depreende o sentido de teatro de "vanguarda" ou teatro "bizarro".[2] A sua origem remonta ao início do século XVII e à chegada a Quioto de Izumo no Okuni, a auto-proclamada miko (nome das sacerdotisas e invocadoras de espíritos a serviço dos templos shinto) com o seu corpo de dançarinas, com os seus figurinos provocatórios (em que a indumentária cristã, copiada dos viajantes portugueses se misturava aos atributos tradicionais dos samurais — e isto tudo vestido por muheres) e os seus números "bizarros" (kabuki) em que antigas danças de cariz religioso eram parodiadas com acentuações de ousada sensualidade. Muito cedo passou esta forma de intervenção artística a figurar como espectáculo de geishas nos lupanares e bordéis de Quioto. Ao longo do século XVII, o Kabuki (cujas formas sofreram uma rápida evolução) foi objecto de sucessivas proibições e reformulações legalmente impostas que tiveram como efeito a interdição, primeiro das mulheres, depois dos jovens rapazes que as substituiram no palco kabuki, por veicularem ambos uma sensualidade desalinhada com o rígido código moral samurai. Até ao século XX, apenas homens puderam pisar o palco kabuki. Contemporaneamente, o kabuki tornou-se um espectáculo popular que combina realismo e formalismo, música e dança, mímica, encenação e figurinos, implicando numa constante integração entre os atores e a plateia.

Desde 2008 que o teatro Kabuki integra a lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.[3]

  1. Portal da Língua Portuguesa – Dicionário de Estrangeirismos
  2. Frederic, Louis (2002). Japan Encyclopedia (em inglês). Cambridge: Massachusetts: Harvard University Press. p. 1102. ISBN 0674017536. Consultado em 21 de novembro de 2013 
  3. UNESCO. «El teatro Kabuki». Consultado em 21 de janeiro de 2019 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Nelliwinne