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Judite é um dos livros deuterocanônicos do Antigo Testamento da Bíblia Católica.[1][2] Considerado um livro apócrifo na visão protestante, possui 16 capítulos. Vem depois do livro de Tobias e antes do livro de Ester.
A Edição Pastoral da Bíblia sustenta que trata-se de uma história fictícia composta para encorajar o povo a resistir e lutar, escrita provavelmente em meados do século II a.C., durante a resistência dos Macabeus ou logo após. O livro apresenta a situação difícil do povo, oprimido por uma grande potência. Por trás de Nabucodonosor II e seu império, podemos entrever a figura de qualquer dominador com seu sistema de opressão.[3]
De acordo com a Jewish Encyclopedia, o autor do livro demonstra farto conhecimento da geografia mundial e das escrituras, no entanto ele comete o erro crasso de iniciar a história dizendo que ela se passa no décimo-segundo ano de Nabucodonosor, rei dos assírios em Nínive, e em uma época depois do retorno dos judeus do exílio; isto seria uma forma de dizer ao leitor que o livro é ficção, e não história.[4]
Por outro lado, a Tradução Ecumênica da Bíblia sustenta que o livro teria sido escrito no final do século II AC, ou mais tarde, e que se baseia em fatos reais que teriam ocorrido durante a dominação persa, trata-se de um Midrash, no qual um núcleo que pode ser real é tratado com muita liberdade, amplificado por novos episódios fictícios, fecundado por alusões a textos bíblicos. Sendo que no caso do Livro de Judite cogita-se que o autor teria se inspirado: na astúcia de Tamar (Gn 38), no assassinato de Eglon por Ehud (Jz 3:12-30), e de Siserá por Iael (Jz 4-Jz 5), no combate entre David e Golias (I Sm 17), na intervenção de Abigail junto a David I Sm 25), entre outros.[5]
De acordo com James Ussher, os eventos descritos no livro ocorreram nos anos 657 a.C. e 656 a.C.[6] Ussher interpreta Nabucodonosor, citado neste livro, como um nome genérico usado para os reis da Babilônia, e identifica o rei da Assíria e da Babilônia como sendo Saosduchinus, que governou a Assíria e a Babilônia por vinte anos, a partir de 668 a.C.[7]