Marxismo ocidental refere-se ao conjunto de análises produzidas por vários teóricos marxistas estabelecidos na Europa Ocidental e Central e críticos do marxismo oficial - a interpretação vigente na antiga União Soviética e nos países, então socialistas, do Leste Europeu. O uso do termo "ocidental", para distinguir uma vertente do marxismo, aparece pela primeira vez no ensaio "Estado atual do problema de 'Marxismo e Filosofia'", mais conhecido como "Anticrítica", de Karl Korsch, no qual o autor delimita um grupo de comunistas partidários da Terceira Internacional, dentre os quais são nomeados expressamente apenas György Lukács e ele próprio.[1][2][3] O texto era uma resposta às críticas que Korsch recebera dos marxistas "ortodoxos" - tanto da vertente leninista como da vertente "ocidental" - ao seu ensaio "Marxismo e Filosofia", publicado em 1923.[4][2]
A expressão "marxismo ocidental" seria recuperada bem mais tarde, por Maurice Merleau-Ponty, no título de um dos capítulos do seu livro Les Aventures de la Dialectique (As Aventuras da Dialética), de 1955 [5]. Segundo Merleau-Ponty, essa corrente do marxismo começa com a publicação de Marxismus und Philosophie ("Marxismo e Filosofia"), de Korsch, e de Geschichte und Klassbewusstsein (História e Consciência de Classe), de Lukács, também de 1923.[6]
Em Considerações sobre o Marxismo Ocidental,[7] Perry Anderson enumera as figuras que considera fundamentais no marxismo ocidental: Lukács (1885-1971), Korsch (1886-1961), Gramsci (1891-1937), Benjamin (1892-1940), Horkheimer (1895-1973), Della Volpe (1895-1968), Marcuse (1898-1979), Lefebvre (1901-1991), Adorno (1903-1969), Sartre (1905-1980), Goldmann (1913-1970), Althusser (1918-1990) e Colletti (1924-2001).