Massacre de Srebrenica

Batalha de Srebrenica e Žepa
Parte da Guerra da Bósnia
Data 11 de julho – 25 de julho de 1995
Local Bósnia e Herzegovina
Desfecho Bombardeios da OTAN na Bósnia em 1995
Beligerantes
República Sérvia
  • Décimo Destacamento de Sabotaje
República da Bósnia e Herzegovina
Nações Unidas Força de Proteção das Nações Unidas
Comandantes
Ratko Mladić
Radislav Krstić
Ramiz Bećirović (defesa de Srebrenica)
Ejub Golić (retiro 28 ª Divisão em Tuzla)
Avdo Palić (Žepa)
Países Baixos Ton Karremans
Forças
9450 soldados[2]
  • 300 mercenários
5 500-6 000 (Srebrenica)
1 500 (Žepa)
Países Baixos ~450 tropas de manutenção de paz e 2 F-16
Baixas
Mais de 50 mortos
mais de 150 feridos
2 000 mortos[3]
35 632 e 12 000 desalojados (de Srebrenica e Žepa, na Bósnia)
700-800 refugiados (de Srebrenica, na Sérvia)[4][5]
1 000 e 1 500 prisioneiros de guerra (em Srebrenica e Žepa)
Vítimas do massacre: 8 372[6][7]

Massacre de Srebrenica, também conhecido como o Genocídio de Srebrenica[8][9][10] foi o assassinato, de 11 a 25 de julho de 1995 de até 8 373 bósnios muçulmanos, de adolescentes a idosos, com idades variadas, na região de Srebrenica, município no leste da Bósnia e Herzegovina.

As mortes foram perpetradas por unidades do Exército Bósnio da Sérvia, sob comando do General Ratko Mladić e com a participação de uma unidade paramilitar sérvia conhecida como "Escorpiões", parte do Ministério do Interior da Sérvia.[11][12] Em abril de 1993, as Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que a região de Srebrenica era considerada uma área segura, sob proteção da organização. Porém, a ONU não conseguiu desmilitarizar o Exército da República da Bósnia e Herzegovina (ARBiH) da região, nem conseguiu forçar uma retirada das tropas ao redor de Srebrenica.[13] A Força de Proteção das Nações Unidas, unidade 370, foi incapaz de impedir a captura da cidade pelo exército bósnio, nem o massacre subsequente.[14]

Em 2004, por unanimidade no julgamento do caso, na câmara de apelações do Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia, em Haia, definiu que o massacre ocorrido contra os habitantes homens de Srebrenica constituía um genocídio, um crime sob jurisdição da lei internacional.[15] A decisão do tribunal penal também foi apoiada pelo Tribunal Internacional de Justiça, em 2007. A transferência forçada e os estupros, entre 25 mil e 30 mil mulheres bósnias, crianças e idosas que acompanharam o massacre, também foram considerados como genocídio, quando acompanhados dos assassinatos e da separação dos homens.[16]

Em 2005, o então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, descreveu o assassinato em massa de um dos piores crimes já cometidos em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.[17] Em uma mensagem no 10.º aniversário do massacre, ele escreveu que "enquanto a culpa estava, em primeiro lugar, naqueles que planejaram e realizaram o massacre e aqueles que ajudaram e abriram os assassinos, a ONU cometeu sérios erros de julgamento, enraizados em uma política de imparcialidade", descrevendo o Genocídio de Srebrenica como uma tragédia que assombraria a história da ONU para sempre.[17]

Em 2006, o Caso do Genocídio Bósnio foi apresentado ao Tribunal Internacional de Justiça e Sérvia e Montenegro foram absolvidas de responsabilidade direta ou cumplicidade no massacre, porém foram consideradas responsáveis por não fazerem o necessário ou mínimo para impedirem o genocídio ou para processar e responsabilizar os responsáveis diretos, em violação à Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. A lista elaborada pela Comissão Federal Bósnia de Pessoas Desaparecidas contém 8 373 nomes, sendo 6 838 vítimas sido identificadas através de análises de DNA de partes de corpos recuperadas das covas coletivas.[18] Cerca de 6 066 vítimas foram sepultadas no Memorial do Genocídio de Srebrenica.[19]

  1. «Massacre Near Srebrenica was Staged by French and Muslim Agents». Consultado em 14 de maio de 2009. Arquivado do original em 22 de março de 2010 
  2. Операции "Кривая-95" и "Ступчаница-95":освобождение Сребреницы и Жепы
  3. Srebrenica And the Politics of War Crimes
  4. 211 Bosnians Free After 8 Months. Why So Long?
  5. Some things to keep in mind about Srebrenica:
  6. «The International Court of Justice» (PDF). Consultado em 10 de julho de 2015 
  7. Potocari Memorial Center Preliminary List of Missing Persons from Srebrenica '95 [1]
  8. «Judge's Words: 'Cleansing Became Genocide'». The New York Times. 3 de agosto de 2001. Consultado em 10 de julho de 2015 
  9. «Mladic shadow hangs over Srebrenica trial». The Guardian. 21 de agosto de 2006. Consultado em 1 de Novembro de 2008 
  10. «ICTY: The Conflicts». The International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia. Consultado em 5 de agosto de 2013 
  11. Daniel Williams (ed.). «Srebrenica Video Vindicates Long Pursuit by Serb Activist». The Washington Post. Consultado em 26 de maio de 2011 
  12. «ICTY – Kordic and Cerkez Judgement – 3. After the Conflict» (PDF). Consultado em 11 de julho de 2012 
  13. «Srebrenica: "a safe area" Part 2 Dutchbat in the enclave» (PDF). Netherlands Institute of War Documentation. 17 de janeiro de 2005. Consultado em 5 de maio de 2017 
  14. «UN Srebrenica immunity questioned». BBC. 18 de junho de 2008. Consultado em 1 de novembro de 2008 
  15. «Prosecutor vs Krstic, Appeals Chamber Judgement» (PDF). ICTY. 19 de abril de 2004. Consultado em 25 de abril de 2017 
  16. «Prosecutor vs Radislav Krstic, ICTY Appeals Chamber Judgement,» (PDF). International Tribunal for the Prosecution of Persons Responsible for Serious Violations of International Humanitarian Law Committed in the Territory of the Former Yugoslavia since 1991. 19 de abril de 2004. Para. 33. Consultado em 21 de março de 2011 
  17. a b ONU (ed.). «Secretary-General Kofi Annan's message to the ceremony marking the tenth anniversary of the Srebrenica massacre in Potocari-Srebrenica». UN Press Release. Consultado em 11 de julho de 2019 
  18. «Over 7,000 Srebrenica Victims have now been recovered». ICMP. Consultado em 11 de julho de 2019 
  19. «Srebrenica's yearly burial of atrocity victims». Euronews. Consultado em 11 de julho de 2019 

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