Mobutu Sese Seko Kuku Ngbendu wa za Banga[Nota 1] (nascido Joseph-Désiré Mobutu; Lisala, 14 de outubro de 1930 – Rabat, 7 de setembro de 1997), mais conhecido como Mobutu Sese Seko ou simplesmente Mobutu ou, ainda, apenas pelas suas iniciais MSS, foi um político e oficial militar congolês, primeiro e único presidente da então chamada República do Zaire (1971-1997). Anteriormente, Mobutu servira como o segundo presidente da República Democrática do Congo, de 1965 a 1971. Também havia sido o 5º Presidente da Organização da Unidade Africana, entre 1967 e 1968.
Durante a Crise do Congo (1960–1965), Mobutu era o Chefe do Estado-Maior do Exército e, apoiado pela Bélgica e pelos Estados Unidos, depôs o governo democraticamente eleito do nacionalista de esquerda Patrice Lumumba, em 1960. Lumumba foi preso no início de dezembro daquele ano, pelos homens de Mobutu. Em seguida, Lumumba foi entregue ao seu pior inimigo, Tshombé, e executado, em Elisabethville, no dia 17 de janeiro de 1961. Mobutu continuou a liderar as forças armadas do seu país até tomar o poder diretamente, num segundo golpe de Estado, em 1965. Governou com mão de ferro até ser deposto, em maio de 1997, pelas tropas de Laurent-Désiré Kabila.[1]
Para consolidar o seu poder, Mobutu estabeleceu, em 1967, o Movimento Popular da Revolução como o único partido político legal e mudou o nome do Congo para República do Zaire, em 1971; no ano seguinte, mudou também o próprio nome para Mobutu Sese Seko. Mobutu afirmava que a sua ideologia política não era "nem de esquerda nem de direita, nem mesmo de centro".[2] Estabeleceu um regime autocrático, extremamente duro, mesmo para os padrões africanos do seu tempo. Tentou purgar o país de toda influência cultural colonial, por meio do seu programa de autenticidade nacional.[3][4] Mobutu foi objecto de um culto generalizado à personalidade.[5] Durante o seu governo, acumulou uma grande fortuna pessoal, por meio de exploração econômica e corrupção,[6] levando alguns a qualificarem seu regime como uma cleptocracia.[7][8] Foi um período de violações generalizadas dos direitos humanos. Durante seu governo, a nação também acumulou uma grande dívida, sofreu com a inflação descontrolada e massivas desvalorizações cambiais.
Mobutu recebeu forte apoio (militar, diplomático e econômico) dos Estados Unidos, França e Bélgica, que acreditavam que ele era um forte oponente do comunismo na África francófona. Ele também construiu laços estreitos com os governos do apartheid da África do Sul, de Israel e da junta grega. A partir de 1972, também foi apoiado por Mao Tsé-Tung, não apenas por sua posição antissoviética, mas também porque Mao pretendia criar um bloco de nações afro-asiáticas lideradas por ele. A enorme ajuda econômica chinesa ao Zaire proporcionava a Mobutu maior autonomia nas negociações aos governos ocidentais, permitindo-lhe identificar-se como um "revolucionário anticapitalista" e evitar recorrer ao Fundo Monetário Internacional para obter recursos financeiros.[9]
Em 1990, a deterioração econômica e a agitação forçaram Mobutu a se coligar com os seus oponentes. Embora ele tenha usado suas tropas para impedir mudanças, seus esforços não duraram muito. Em maio de 1997, as forças rebeldes lideradas por Laurent-Désiré Kabila invadiram o país e forçaram Mobutu ao exílio. Já sofrendo de câncer de próstata avançado, morreu três meses depois, em Rabat, Marrocos. Mobutu era conhecido pelo nepotismo e pela corrupção, tendo acumulado entre 50 e 125 milhões de dólares durante o seu governo.[10][11] Ele era conhecido por extravagâncias como viagens de compras a Paris no avião supersônico Concorde.[12]
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