Mononucleose infecciosa | |
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Aumento de volume dos gânglios linfáticos no pescoço de uma pessoa com mononucleose infecciosa | |
Sinónimos | Doença do beijo, febre glandular, doença de Pfeiffer, doença de Filatov[1] |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Febre, garganta inflamada, aumento de volume dos gânglios linfáticos no pescoço, fadiga[2] |
Complicações | Inflamação do fígado ou do baço[3] |
Duração | 2–4 semanas[2] |
Causas | Vírus Epstein–Barr (VEB) geralmente transmitido pela saliva[2] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas e análises ao sangue[3] |
Tratamento | Beber bastantes líquidos, repouso, analgésicos como o paracetamol e ibuprofeno[2][4] |
Frequência | 45 por 100 000 pessoas/ano (EUA)[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B27.0, B27.9, B27 |
CID-9 | 075 |
CID-11 | 760139952 |
DiseasesDB | 4387 |
MedlinePlus | 000591 |
eMedicine | 784513, 222040, 963894 |
MeSH | D007244 |
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Mononucleose infecciosa (MI) é uma infeção geralmente causada pelo vírus Epstein–Barr (VEB).[2][3] A maior parte das pessoas é infetada pelo vírus durante a infância, idade em que a doença causa poucos ou nenhuns sintomas.[2] Quando o vírus é contraído no início da idade adulta, a infeção causa frequentemente febre, inflamação da garganta, aumento de volume dos gânglios linfáticos do pescoço e fadiga.[2] A maior parte das pessoas recupera em duas a quatro semanas, embora a fadiga possa permanecer durante meses.[2] Entre as possíveis complicações estão o aumento de volume do fígado ou do baço[3] e, em menos de 1% dos casos, ruptura do baço.[6]
A mononucleose é geralmente causada pelo vírus Epstein–Barr, um vírus da família família dos vírus do herpes também denominado vírus do herpes humano 4.[3] No entanto, pode também ser causada por outros vírus.[3] A principal forma de transmissão é pela saliva, embora em casos raros possa ser transmitida pelo sémen ou pelo sangue.[2] A transmissão pode ocorrer pelo contacto com objectos infetados, como copos ou escovas de dentes.[2] As pessoas infetadas são capazes de transmitir a doença semanas antes dos sintomas se manifestarem.[2] O diagnóstico de mononucleose é suspeito com base nos sintomas e pode ser confirmado com análises ao sangue para deteção de anticorpos específicos.[3] Outro achado comum é o aumento do número de linfócitos no sangue, dos quais mais de 10% são atípicos.[3][7] O teste monospot não é recomendado para utilização geral por ser pouco fiável.[8]
Não existe vacina. A infeção pode ser prevenida evitando partilhar objetos de uso pessoal ou evitar o contacto com a saliva de uma pessoa infetada.[2] A doença geralmente melhora sem necessidade de tratamento específico.[2] Os sintomas podem ser aliviados com ingestão de líquidos em bastante quantidade, repouso e toma de analgésicos como o paracetamol ou o ibuprofeno.[2][4]
Em países desenvolvidos, a mononucleose é mais comum entre os 15 e os 24 anos de idade.[7] Em países em vias de desenvolvimento, as infeções são mais comuns no início da infância, quando os sintomas são menos pronunciados.[9] Em pessoas entre os 16 e 20 anos, a doença é a causa de 8% dos casos de inflamações da garganta.[7] Nos Estados Unidos ocorrem 45 casos em cada 100 000 pessoas por ano.[5] Quando chegam à idade adulta, cerca de 95% das pessoas já foi infetada pelo VEB.[5] A doença ocorre com igual frequência em todas as épocas do ano.[7] A mononucleose foi descrita pela primeira vez na década de 1920. Por ser transmitida pela saliva, é conhecida popularmente como "doença do beijo".[10]