Morte celular programada

A morte celular programada (MCP) é um programa intracelular que leva à morte de uma célula, podendo ter lugar de várias maneiras.[1][2] A morte celular programada é conduzida por meio dum processo biológico regulado, que geralmente confere vantagens durante o ciclo de vida dum organismo. Por exemplo, a diferenciação dos dedos e pododáctilos durante o desenvolvimento embrionário humano ocorre porque as células situadas entre os dedos (que inicialmente estão unidos) sofrem apoptose, e fazendo com que os dedos fiquem separados. A MCP desempenha funções fundamentais durante o desenvolvimento dos tecidos de plantas e animais.

A apoptose e a autofagia são as principais formas de morte celular programada, enquanto que a necrose é tradicionalmente considerada um processo não fisiológico que ocorre como resultado duma infecção ou lesão.[3] A necrose é a morte duma célula causada por factores externos, como traumas ou infecções e ocorre de diferentes maneiras. Entretanto, recentemente, descobriu-se uma forma de necrose programada, chamada necroptose,[4] que foi considerada como uma forma alternativa de morte celular programada. Considera-se hipoteticamente que a necroptose pode servir como um seguro de reserva da morte celular por apoptose, usado quando a sinalização da apoptose é bloqueada por factores externos e internos, como vírus ou mutações. Mais recentemente, foram descobertos outros tipos de necrose regulada, que compartem vários eventos de sinalização com a necroptose e a apoptose.[5]

Como a apoptose é a principal forma de morte celular programada, muitas vezes estes dois termos aparecem como sinónimos. Não obstante, conforme se descobriram novos tipos de morte celular programada, este termo foi adquirindo um significado mais amplo.

  1. Engelberg-Kulka H, Amitai S, Kolodkin-Gal I, Hazan R (2006). «Bacterial Programmed Cell Death and Multicellular Behavior in Bacteria». PLoS Genetics. 2 (10): e135. PMC 1626106Acessível livremente. PMID 17069462. doi:10.1371/journal.pgen.0020135. Consultado em 7 de maio de 2019. Arquivado do original em 11 de julho de 2012 
  2. Green, Douglas (2011). Means To An End. New York: Cold Spring Harbor Laboratory Press. ISBN 978-0-87969-887-4 
  3. Kierszenbaum, Abraham (2012). Histology and Cell Biology - An Introduction to Pathology. Philadelphia: ELSEVIER SAUNDERS 
  4. Degterev, Alexei; Huang, Zhihong; Boyce, Michael; Li, Yaqiao; Jagtap, Prakash; Mizushima, Noboru; Cuny, Gregory D.; Mitchison, Timothy J.; Moskowitz, Michael A. (1 de julho de 2005). «Chemical inhibitor of nonapoptotic cell death with therapeutic potential for ischemic brain injury». Nature Chemical Biology. 1 (2): 112–119. ISSN 1552-4450. PMID 16408008. doi:10.1038/nchembio711 
  5. Vanden Berghe T,Linkermann A, Jouan-Lanhouet S, Walczak H, Vandenabeele P, (2014). «Regulated necrosis: the expanding network of non-apoptotic cell death pathways». Nat Rev Mol Cell Biol. 15 (2): 135–147. doi:10.1038/nrm3737 

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