Em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende, presidente do Chile, morreu de ferimentos autoinfligidos por arma de fogo durante um golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet, comandante em chefe do Exército chileno. Depois de décadas de suspeitas de que Allende poderia ter sido assassinado pelas Forças Armadas do Chile, um tribunal chileno autorizou em 2011 a exumação e autópsia dos restos mortais de Allende. Um grupo de especialistas internacionais analisou os restos mortais e concluiu que Allende tinha se matado com um rifle de assalto AK-47.[1] Em dezembro de 2011, o juiz encarregado da investigação confirmou as conclusões dos especialistas e considerou a morte de Allende um suicídio.[2]
Em 11 de setembro de 2012, o 39º aniversário da morte de Allende, um tribunal de apelações chileno confirmou por unanimidade a decisão do tribunal de primeira instância, encerrando oficialmente o caso.[3]
Segundo Isabel Allende Bussi - filha de Salvador Allende e atualmente membro do Senado do Chile - a família Allende há muito aceitou que o ex-presidente se matou com um tiro, dizendo à BBC que: "As conclusões do relatório são consistentes com o que já acreditávamos. Diante de circunstâncias extremas, ele tomou a decisão de tirar a própria vida, ao invés de ser humilhado."[4]
Em 11 de setembro de 1973, pouco antes da captura do Palácio de La Moneda (o palácio presidencial) por unidades militares leais a Pinochet, o presidente Salvador Allende fez seu famoso discurso de despedida aos chilenos em uma rádio ao vivo (Rádio Magallane). O presidente falou de seu amor pelo Chile e de sua profunda fé em seu futuro. Afirmou também que, por estar comprometido com o Chile, não tomaria uma saída fácil nem seria usado como ferramenta de propaganda por aqueles que chamou de "traidores" (aceitar uma oferta de passagem segura, como Carlos Altamirano). O discurso de rádio foi feito enquanto tiros e explosões eram claramente audíveis ao fundo.[5]
Pouco depois, um anúncio oficial declarou que ele havia entrado na guerra com um rifle AK-47.[6] O cadáver de Allende foi levado para fora do Palácio de La Moneda embrulhado em um poncho boliviano por soldados e bombeiros.[7]
Seu corpo foi enviado ao Hospital Militar chegando por volta das 17h30. Entre os presentes durante a autópsia estava um dos ex-colegas de classe de Allende na universidade.[8] A autópsia também registrou seu falecimento como suicídio.[9]
A arma de Allende foi supostamente dada a ele como um presente de Fidel Castro. Trazia uma placa dourada com a inscrição: "Ao meu bom amigo Salvador de Fidel, que por diversos meios tenta atingir os mesmos objetivos."[10]
Ao mesmo tempo, o próprio Dr. Patricio Guijón (membro da equipe da enfermaria do La Moneda) decidiu voltar ao andar de cima para recuperar sua máscara de gás como lembrança. Ele ouviu um barulho e abriu a porta do salão da Independência a tempo de ver o presidente atirar em si mesmo com seu AK-47.[11]