Museu Nacional (Rio de Janeiro)

Museu Nacional /
UFRJ
Museu Nacional (Rio de Janeiro)
Museu Nacional (Rio de Janeiro)
Palácio de São Cristóvão, sede do museu.
Informações gerais
Tipo História natural e antropologia
Inauguração 6 de junho de 1818 (206 anos)
Presidente Alexander Kellner
Website museunacional.ufrj.br
Geografia
País Brasil
Cidade Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Coordenadas 22° 54′ 21″ S, 43° 13′ 34″ O
Museu Nacional / UFRJ está localizado em: Brasil
Museu Nacional /
UFRJ
Geolocalização no mapa: Brasil
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil que, até setembro de 2018, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localiza-se no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, estando instalado no Palácio de São Cristóvão. O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938. Fundado por Dom João VI em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural, popularmente chamada "Casa dos Pássaros", criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia e zoologia. A criação do museu visava atender aos interesses de promoção do progresso socioeconômico do país através da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946.[1]

O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da memória brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e civilizações antigas. Formado ao longo de mais de dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o acervo era subdividido em coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica (incluindo-se neste núcleo os remanescentes do esqueleto de Luzia, o mais antigo fóssil humano das Américas[2]), arqueologia e etnologia. Foi a principal base para as pesquisas realizada pelos departamentos acadêmicos do museu — que desenvolve atividades em todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470 000 volumes e 2 400 obras raras.

No campo do ensino, o museu oferece cursos de extensão, especialização e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento, além de realizar exposições temporárias e atividades educacionais voltadas ao público em geral. Administra o Horto Botânico, ao lado do Palácio de São Cristóvão, além do campus avançado na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo — a Estação Biológica de Santa Lúcia, mantida em conjunto com o Museu de Biologia Professor Mello Leitão. Um terceiro espaço no município de Saquarema é utilizado como centro de apoio às pesquisas de campo. Dedica-se, por fim, à produção editorial, destacando-se nessa vertente a edição dos Arquivos do Museu Nacional, o mais antigo periódico científico brasileiro especializado em ciências naturais, publicado desde 1876.[1][3]

Na noite de 2 de setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções atingiu a sede do Museu Nacional, destruindo a quase totalidade do acervo em exposição, uma perda inestimável e incalculável para formação histórica e cultural não só do país mas do mundo. Foram perdidos registros de dialetos e cantos indígenas de comunidades que já se extinguiram, afirmou o historiador Daniel Tutushamum Puri.[4] O edifício que abriga o museu também resultou extremamente danificado, com rachaduras, desabamento de sua cobertura, além da queda de lajes internas.[5][6][7]

Em 17 de janeiro de 2019 o Museu Nacional inaugurou sua primeira exposição após o incêndio que destruiu seu acervo. O acervo das pesquisas sobre fósseis de animais marinhos, elaborado por funcionários da instituição, foi exposto no prédio da Casa da Moeda. O público pôde encontrar fósseis de 80 milhões de anos.[8][9]

Em 2019 o Museu Nacional teve disponível uma verba de 85,4 milhões de reais para uso nas obras de recuperação do acervo e infraestrutura. Essa verba foi recebida após a repercussão do incidente, que provocou manifestações denunciando o descaso do governo,[10] e debates acalorados em redes sociais em torno da manutenção da instituição histórica. Dos R$ 85,4 milhões de reais destinados ao Museu Nacional, R$ 55 milhões virão do Orçamento da União para 2019 que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 19 de dezembro de 2018. A verba foi indicada por deputados da bancada do Rio de Janeiro e apresentada como emenda impositiva, aprovada pela Comissão Mista de Orçamento.[11]

Em 2 de setembro de 2022, o Museu Nacional reinaugurou a fachada e o jardim do terraço.[12] Em comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, algumas exposições também foram abertas em diferentes áreas do museu.[13]

  1. a b Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 4132.
  2. «'It was a foretold tragedy'—fire destroys Brazil's National Museum and its prized science collections». Science | AAAS (em inglês). 3 de setembro de 2018 
  3. Agostinho, Michele de Barcelos. «A Revista Arquivos e a Biblioteca do Museu Nacional». Revista do Arquivo Nacional. Consultado em 24 de junho de 2016 [ligação inativa] 
  4. «"É como se fôssemos extintos novamente"». revista piauí. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  5. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Incêndio - G1
  6. «Incêndio atinge Museu Nacional, no Rio». Terra Online. 2 de Setembro de 2018. Consultado em 2 de Setembro de 2018 
  7. «Incêndio atinge o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio». Folha de S.Paulo. 2 de setembro de 2018. Consultado em 2 de setembro de 2018 
  8. Museu Nacional inaugura primeira exposição após incêndio que destruiu acervo no ano passado - Por G1 em 16/01/2019
  9. Museu Nacional convida para exposição - Por UFRJ em 08/01/2019
  10. Manifestantes fazem protesto no Rio após o incêndio no Museu Nacional
  11. O que o Museu Nacional, incendiado em 2018, fará em 2019 com os R$ 85 milhões previstos para sua recuperação - Por BBC News Brasil em 03/01/2019
  12. Kellner, Alexander W. A. «Museu Nacional UFRJ no Instagram: "Coluna do diretor"». Instagram. Consultado em 4 de setembro de 2022 
  13. «Museu Nacional Vive no Bicentenário» 

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