Naturphilosophie (do alemão, lit. "filosofia da natureza"), também referida por vezes como romantische Naturphilosophie ("filosofia natural romântica"),[1][2] designa um conjunto de correntes da tradição filosófica do idealismo alemão aplicadas ao estudo da natureza no início do século XIX. Foi o tipo de filosofia da natureza que predominou essencialmente nos movimentos literários, filosóficos e científicos na Alemanha entre 1790 e até cerca de 1830.[3] Não possuindo obras canônicas, encontram-se diversos sistemas de Naturphilosophie[4] entre vários pensadores românticos e pós-kantianos, mas foi sistematizada principalmente a partir de Schelling.[5]
A Naturphilosophie se caracterizava por uma visão orgânica, vitalista e holística da Natureza, buscando superar um mecanicismo e reducionismo da ciência predominante. Ela partia do princípio de se investigar uma unidade entre polaridades como o empirismo e a metafísica; o ser humano, sua história e o mundo; o subjetivo e o objetivo; a mente e a matéria. Assim, exaltavam a intuição e a especulação de relações simbólicas entre fenômenos e suas conexões a princípios ideais. Isso proporcionou insights teóricos que permitiram avanços na ciência, bem como a valorização de sentidos subjetivos, sociais e históricos aplicados às ciências naturais. Seus principais expoentes incluem Schelling, Goethe, Oken, Hegel, Ritter e Carus,[2] bem como Fichte, Schlegel e Novalis.[6][7]
A tradução literal para a expressão "filosofia da natureza" pode ser enganosa, porque já existia uma filosofia natural muito antes deste movimento aparecer. É, portanto, preferível manter o seu nome Naturphilosophie sem tradução.[8]