Navio de defesa de costa

Navio de defesa de costa Hr. Ms. De Zeven Provinciën da Marinha Real Neerlandesa, em 1910.

Um navio de defesa de costa é um tipo de navio de guerra concebido para a defesa costeira contra ataques vindos do mar, utilizado sobretudo no período entre situado a década de 1860 e a de 1920. Constituindo uma variante do couraçado, estes navios são também conhecidos como "couraçados costeiros" ou "guarda costas couraçados".

Operacionalmente, eram empregues sobretudo como batarias móveis flutuantes de artilharia de costa e não tanto como instrumentos para controlo oceânico e batalhas navais como os couraçados convencionais. Alguns navios de defesa de costa entraram em combate durante as Primeira e Segunda guerras mundiais. Os últimos sobreviventes do tipo foram demolidos na década de 1970.

O projeto dos navios de defesa da costa dava-lhes geralmente um aspeto de couraçados pré-dreadnoughts em miniatura. Dispunham normalmente de um porte equiparado ao de cruzadores, mas com uma blindagem mais pesada e armamento mais poderoso, sacrificando a velocidade e a autonomia em detrimento daqueles. O seu deslocamento situava-se, normalmente, entre as 1 500 e as 8 000 toneladas.

Os navios de defesa de costa distinguem-se dos mais antigos monitores por disporem de uma maior borda livre, por poderem alcançar maior velocidade e por disporem de maior autonomia. Além disso poderiam dispor de artilharia principal e secundária montada, tanto em torres como em casamatas, ao contrário dos monitores que normalmente apenas dispunham de artilharia principal montada em torres.

Os navios de defesa costeira tornaram-se especialmente atrativos para algumas marinhas que não dispunham da capacidade para manter couraçados convencionais ou que eram melhor servidas por navios de reduzido calado especialmente concebidos para operar junto à costa. Os países nórdicos e a Tailândia consideram-nos particularmente apropriados para a defesa das suas águas polvilhadas com ilhas. Alguns destes navios dispunham de alguma capacidade oceânica, mas outros estavam limitados a operar em águas fluviais ou ribeirinhas.

Entre as marinhas cujos navios de defesa costeira se tornaram os principais navios de guerra das suas esquadras estão as da Argentina, Brasil, China, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Noruega, Países Baixos, Portugal, Suécia e Tailândia, bem como as colónias britânicas da Índia e de Vitória. A Alemanha e a Rússia também os operaram, tendo três navios de defesa da costa russos entrado na Batalha de Tsushima em 1905.

Além de navios projetados especialmente para a defesa costeira, algumas marinhas usaram nesta missão couraçados pré-dreadnoughts semi-obsoletos. Por exemplo, a Marinha Real Britânica destacou quatro couraçados da classe Majestic como guarda costas no estuário do Humber, no início da Primeira Guerra Mundial. Semelhantemente, em 1919, a Marinha dos Estados Unidos redesignou os seus antigos couraçados das classes Indiana e Iowa como couraçados de defesa de costa. Estes navios estavam já perto do fim da sua vida útil e, apesar de não serem geralmente considerados adequados para o serviço da linha da frente, ainda eram suficientemente poderosos para serem empenhados como reserva em funções defensivas.


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