Oitava maravilha do mundo

Oitava maravilha do mundo é uma hipérbole comumente utilizada na cultura ocidental para descrever a qualidade de pessoas, organizações, construções ou ideias comparando-as às sete maravilhas do mundo, uma lista de proeminentes construções humanas de Antiguidade Clássica que os antigos gregos puderam admirar. Na lista original não se incluía nenhuma maravilha natural nem qualquer ruína, por muito majestosas que fossem. Talvez por isso se tenha falado sobre a oitava maravilha do mundo associando-a à Torre de Babel ou ao zigurate da Babilónia, mas este edifício estava em ruínas quando os soldados de Alexandre, o Grande lá chegaram, e a lista das sete maravilhas foi composta muitos anos depois. A possibilidade de uma maravilha mais tem contribuído para que a expressão "oitava maravilha do mundo" descreva uma obra humana excecional muito à frente do seu tempo ou extraordinariamente significativa.

Com o mesmo fim foram recentemente desenvolvidas várias listas para concursos populares de eleição das sete maravilhas do mundo moderno e das novas sete maravilhas do mundo moderno, em busca de novas maravilhas, quase todas já tidas por alguém como oitava maravilha. Em contraponto, há listas mais sérias e extensas de locais naturais ou obras humanas que justificam a condição de maravilhas, como as listas elaboradas pela UNESCO de locais classificados como Património da Humanidade.

Note-se que as sete maravilhas do mundo, originalmente estabelecidas por Heródoto (ou Filão de Bizâncio, segundo os especialistas) eram edifícios que foram escolhidos não só porque a sua construção foi um feito notável do seu tempo, ou pela estética e harmonia que mostravam, mas também pelo facto de que influenciaram profundamente o inconsciente coletivo através dos séculos. Assim é inútil tentar estabelecer uma nova classificação (como mencionado acima) ou adicionar uma oitava entrada às já existentes, uma vez que numerosos edifícios notáveis podem ser considerados "maravilhas do mundo". Para mostrar esta futilidade, veja-se o exemplo da Grande Muralha da China, uma construção contemporânea do Farol de Alexandria e do Colosso de Rodes, cuja ausência no grupo original se deve por certo ao desconhecimento da sua existência por parte dos historiadores antigos, que compilaram a lista: Alexandre Magno apenas atingiu o rio Indo, a meio caminho entre o seu ponto de partida e a Grande Muralha.

As grandes construções de todas as idades têm merecido por vezes esta atribuição, quer sejam edifícios civis como o Mosteiro de El Escorial, o Palácio de Versalhes ou o Palácio Real de Amesterdão, quer sejam edifícios religiosos como a Abadia do Monte Saint-Michel, a Basílica de Santa Sofia ou a Basílica de São Pedro, ou feitos técnicos notáveis como a Ponte do Gard, a Ponte do Forth, a Ponte de Quebec ou a Ponte de Brooklyn, o Canal do Panamá, a Barragem de Assuão, a Barragem das Três Gargantas, os mais altos edifícios no mundo como o Empire State Building, o Burj Khalifa, ou a Estação Espacial Internacional - além de que quase todos os países do mundo têm no seu território o que consideram ser a oitava maravilha do mundo. Também já foi concedido este epíteto a alguns objetos, como o Codex Gigas, o maior manuscrito medieval conhecido.

A expressão é necessariamente subjetiva e um pouco chauvinista, refletindo não só o tempo e as culturas do mundo, mas também a das próprias pessoas que a usam, passando para a posteridade as declarações feitas a este respeito por todos os tipos de personalidades: reis, políticos, artistas, escritores e, hoje em dia, celebridades de vária índole. Atualmente, o termo tornou-se uma reclamação ou slogan amplamente utilizado em todos os tipos de campanhas publicitárias e de turismo.


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