Pakicetus | |||||||||||||||||
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Ocorrência: Eoceno | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Espécie-tipo | |||||||||||||||||
Pakicetus inachus Gingerich & Russell 1981 | |||||||||||||||||
Espécies | |||||||||||||||||
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Pakicetus é um gênero extinto de cetáceos encontrados no início do Eoceno (55.8 a 40.4 milhões de anos) no Paquistão, daí seu nome. Os estratos onde os fósseis foram encontrados eram então parte da costa do Mar de Tétis.[1]
O primeiro fóssil, parte de um crânio, foi inicialmente atribuído ao grupo dos mesoniquídeos, mas Gingerich e Russell (1981) reconheceram-no como um predecessor dos cetáceos, a partir duma característica do ouvido interno, encontrada apenas em cetáceos: a grande bula timpânica, formada a partir do osso ectotimpânico. Isso sugere que se trata de uma transição entre este grupo extinto de mamífero terrestre e os modernos cetáceos.[1]
Esqueletos completos foram descobertos em 2001, revelando que o Pakicetus era um animal terrestre, com o tamanho de um lobo e, em forma, muito semelhante aos mesoniquídeos.
Na evolução dos cetáceos encontra-se, consoante as mais recentes descobertas, num grau intermediário entre o ungulado Sinonyx (de c. 60 milhões de anos) e o semi-aquático Ambulocetus (também encontrado no Paquistão, datado de c. 50 milhões de anos).[2]
Há cerca de 50 milhões de anos, os ancestrais mamíferos das baleias começaram sua jornada em direção a um estilo de vida aquático, revertendo um processo iniciado 200 milhões de anos antes, quando os animais emergiram dos mares. Mas a evolução nunca realmente retrocede: as baleias não desenvolveram brânquias e escamas, mas sim todo um novo conjunto de adaptações aquáticas. Outros mamíferos se voltaram para os oceanos – peixes-boi marinhos, dugongos, lontras marinhas, ursos polares, focas, leões marinhos e morsas – mas nenhum outro grupo supera as baleias em termos de diversidade e número de espécies.[3]
De qualquer forma, pode ser que essas adaptações marinhas não sejam apenas impulsionadas por forças predatórias, mas também por forças práticas. Pakicetus poderia ter que cobrir muito terreno para encontrar comida, e as marés subindo e descendo podem ter cortado alguns áreas da costa, criando ilhas na maré alta que teriam pontes de terra transitáveis na maré baixa. Ao evoluir para um corpo que poderia fornecer movimento aquático eficiente, Pakicetus teria a vantagem de não ter esperar a maré baixa.[4]