Palmira

 Nota: Para outros significados, veja Palmira (desambiguação).

Palmira
تدمرܬܕܡܘܪܬܐ
Palmira
Vista panorâmica do sítio arqueológico de Palmira
Localização atual
Palmira está localizado em: Síria
Palmira
Localização de Palmira na Síria
Coordenadas 34° 33′ 15″ N, 38° 16′ 11″ L
País Síria
Região geográfica Deserto Sírio
Província Homs
Cidade atual Tadmor
Altitude 400 m
Área 3 600 m²
Dados históricos
Fundação 3º milénio a.C.
Abandono 1932
Cronologia
Período primitivo Pequeno povoado c.2 300 a.C.século IV ou III a.C.
Período helenístico Cidade aliada do Império Selêucida século III a.C. — início do século I d.C.
1.º período romano República sob o Império Romano início do século I — meados do século III
Reino e Império de Palmira Capital de reino independente meados do século III — 273
2.º período romano e bizantino Cidade dos impérios romano bizantino 273 — 634
Período árabe e seljúcida Parte de vários estados árabes e turcos 634 — 1516
Período otomano Vilarejo e sede do sanjaque otomano de Saliana 1516 — 1918
Notas
Escavações
Estado de conservação ruínas
Administração Ministério da Cultura da Síria
Acesso público Não (zona de guerra)
Sítio de Palmira 

Templo de Bel

Tipo cultural
Critérios (i)(ii)(iv)
Referência 23 en fr es
Região Estados Árabes
País Síria
Histórico de inscrição
Inscrição 1980
Em perigo 2013

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Palmira (em aramaico: ܬܕܡܘܪܬܐ‎; romaniz.: Tedmurtā; em árabe: تدمر‎; romaniz.: Tadmor) foi uma antiga cidade semita, situada num oásis perto da atual cidade de Tadmor, na província de Homs, no centro da Síria, 215 km a nordeste da capital síria, Damasco. Fundada durante o Neolítico, a cidade foi documentada pela primeira vez no início do segundo milénio a.C. como uma paragem de caravanas que atravessavam o deserto Sírio. A cidade aparece nos anais dos reis assírios e é possível que seja mencionada na Bíblia hebraica. Foi incorporada no Império Selêucida (séculos IV a.C.I d.C.) e posteriormente no Império Romano, sob o qual prosperou.

A localização estratégica da cidade, aproximadamente a meio caminho entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates, fez dela num ponto de paragem obrigatório para muitas das caravanas que percorriam importantes rotas comerciais, nomeadamente a Rota da Seda. A riqueza da cidade possibilitou a edificação de estruturas monumentais. No século III a.C., Palmira era uma metrópole próspera e um centro regional, com um exército suficientemente poderoso para derrotar o Império Sassânida em 260, durante o reinado de Odenato, que foi assassinado em 267. Odenato foi sucedido pelos seus jovens filhos, sob a regência da rainha Zenóbia, que começou a invadir as províncias romanas orientais em 270. Os governantes palmirenos adotaram títulos imperiais em 271. O imperador Aureliano (r. 270–275) derrotou a cidade em 272 e destruiu-a em 273, na sequência de uma segunda rebelião fracassada. Palmira foi um centro de menor importância durante os períodos bizantino, Ortodoxo, omíada, abássida e mameluco e os seus vassalos. Os Timúridas destruíram-na em 1440 e a partir ficou reduzida a uma pequena aldeia, que pertenceu ao Império Otomano até 1918, depois ao Reino da Síria e ao Mandato Francês da Síria. O local da antiga cidade foi definitivamente abandonado em 1932, quando os últimos habitantes foram transferidos para a nova aldeia de Tadmur. As escavações sistemáticas e em larga escala das ruínas foram iniciadas em 1929. Em maio de 2015, Palmira ficou sob o controlo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que destruiu vários monumentos da antiga cidade.

Etnicamente, os palmirenos eram essencialmente uma mistura de arameus, amoritas e árabes, existindo também uma minoria de judeus. A estrutura social da cidade era tribal e os habitantes falavam palmirena (um dialeto aramaico) e grego. Ambas as línguas foram substituídas pelo árabe depois da conquista árabe em 634. A cultura de Palmira, influenciada pelas culturas greco-romana e persa, produziu arte e arquitetura originais. Os habitantes adoravam divindades locais e deuses mesopotâmicos e árabes. Converteram-se ao cristianismo durante o século IV e depois ao islão durante a segunda metade do primeiro milénio. A organização política palmirena foi influenciada pelo modelo grego da cidade-estado. A cidade era governada por um senado, o qual era responsável pelas obras públicas e forças armadas. Após tornar-se uma colónia romana, Palmira adotou instituições romanas antes de adotar um sistema monárquico em 260. Os palmirenos, conhecidos como mercadores, estabeleceram colónias ao longo da Rota da Seda e operaram em grande parte do Império Romano.


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