Ricardo II de Inglaterra

Ricardo II
Rei da Inglaterra e Lorde da Irlanda
Ricardo II de Inglaterra
Retrato na Abadia de Westminster, meados da década de 1390
Rei da Inglaterra
Reinado 21 de junho de 1377
a 30 de setembro de 1399
Coroação 16 de julho de 1377
Antecessor(a) Eduardo III
Sucessor(a) Henrique IV
Nascimento 6 de janeiro de 1367
  Palácio do Arcebispo, Bordeaux, Arquitânia, França
Morte c. 14 de fevereiro de 1400 (33 anos)
  Castelo de Pontefract, Pontefract, West Yorkshire, Inglaterra
Sepultado em Abadia de Westminster, Londres, Inglaterra
Esposas Ana da Boêmia (1382–1394)
Isabel de Valois (1396–1400)
Casa Plantageneta
Pai Eduardo, o Príncipe Negro
Mãe Joana de Kent
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Ricardo II
Brasão

Ricardo II (6 de janeiro de 1367c. 14 de fevereiro de 1400), também conhecido como Ricardo de Bordeaux, foi o Rei da Inglaterra de 1377 até ser deposto em 1399. Filho de Eduardo, o Príncipe Negro e Joana de Kent, nasceu durante o reinado de seu avô Eduardo III. Ricardo tornou-se o segundo na linha de sucessão aos quatro anos, após a morte do seu irmão mais velho, Eduardo. Ricardo passaria a ser o herdeiro aparente do trono inglês quando o seu pai morreu em 1376. Como Eduardo III morreu no ano seguinte, Ricardo ascendeu ao trono com apenas dez anos de idade.

Seu governo ficou nas mãos de uma série de conselhos durante os primeiros anos de reinado. A comunidade política preferia esse modelo ao invés de uma regência liderada por seu tio João de Gante, que mesmo assim permaneceu influente. O primeiro grande desafio do reinado foi a Revolta Camponesa de 1381. O jovem Ricardo teve um grande papel na supressão da crise. Entretanto, nos anos seguintes a dependência do rei em um pequeno número de cortesãos levou a um descontentamento na comunidade política, com o controle governamental sendo tomado em 1387 por um grupo de nobres conhecidos como Lordes Apelantes. Ricardo reconquistou o controle por volta de 1389 e governou com relativa harmonia ao longo dos oito anos seguintes.

Exerceu vingança sobre os apelantes em 1397, com muitos destes sendo executados ou exilados. Os dois anos seguintes foram descritos por historiadores como a "tirania" de Ricardo. Em 1399, depois da morte de João de Gante, o rei deserdou o primo Henrique de Bolingbroke, que anteriormente havia sido exilado. Henrique invadiu a Inglaterra em junho com uma pequena força que rapidamente cresceu. Afirmando que seu objetivo era apenas reconquistar seu patrimônio, logo ficou claro que ele planejava reivindicar o trono para si mesmo. Encontrando pouca resistência, Henrique depôs Ricardo e se coroou como Henrique IV. Ricardo morreu em cativeiro no ano seguinte, acredita-se que de fome, apesar de o seu destino final ainda ser debatido.

Ricardo foi descrito como alto, bonito e inteligente. Mesmo provavelmente não sendo insano, como historiadores antigos costumavam acreditar, Ricardo pode ter sofrido de um transtorno de personalidade por volta do final de seu reinado. Um guerreiro menos habilidoso que seu pai e avô, tentou encerrar a Guerra dos Cem Anos iniciada por Eduardo III. Acreditava firmemente na prerrogativa real, algo que o fez restringir o poder de sua nobreza, e dependia de um séquito particular para sua proteção. Ricardo também cultivava uma atmosfera polida que o colocava como uma figura elevada, com as artes e a cultura no centro, ao invés da corte fraternal e marcial de Eduardo III.

Sua reputação posterior foi muito moldada por William Shakespeare, cuja peça Ricardo II mostra a sua má administração e deposição como responsáveis pela Guerra das Rosas. Historiadores atuais não aceitam tal interpretação, apesar de não exonerarem Ricardo da responsabilidade de sua própria deposição. Muitos concordam que, mesmo com suas políticas não sendo sem precedentes ou inteiramente irrealistas, o modo como foram executadas eram inaceitáveis para o sistema político, levando à sua queda.


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