Saga dos Inglingos

Saga dos Inglingos
Ynglinga saga
Ilustração da Saga dos Inglingos
por Gerhard Munthe

A Saga dos Inglingos[1] ou Saga dos Ynglingos[2], também conhecida em português pelo seu nome original Ynglinga saga[3][4][5] (em nórdico antigo: Ynglinga saga) é uma saga lendária, escrita em nórdico antigo pelo escritor islandês Snorri Sturluson no século XIII, por volta de 1225. Está incluída no início da obra Heimskringla sobre os antigos reis nórdicos. Narra a parte mais antiga da história da Casa dos Inglingos (Escilfingos de Beovulfo), incluindo uns 30 reis, na maioria míticos ou lendários. Em 1844 foi traduzida e publicada em inglês pela primeira vez.[6][7][8]

Para escrevê-la, Snorri citou estrofes do antigo poema solene oral Lista dos Inglingos, atribuído ao escaldo (poeta) norueguês Tiodolfo de Hvinir do século IX, cujo conteúdo também aparece mencionado na História da Noruega do século XII.[6] [9] O texto é constituído por uma série de pequenas notícias sobre os referidos reis da Casa dos Inglingos, sendo os primeiros personagens míticos ou lendários, e os últimos personagens "possivelmente históricos". O autor começa a saga fazendo uma descrição da chegada dos deuses nórdicos à Escandinávia, vindos da Ásia, e de como o deus Frei fundou a dinastia inglinga dos suíones em Upsália, acentuando desta forma a origem divina dos reis desta dinastia. A narrativa acompanha a linha dos reis suecos desde Ínguino (a personagem humana mais tarde divinizada como o deus Frei) até Ingoldo, o Malfeitor, cujos descendentes se fixaram no século VII na Noruega e fundaram a dinastia a que pertencia o rei norueguês Haroldo Cabelo Belo.[10][11][12][falta página]

Esta saga foi considerada uma fonte fidedigna desde o século XVI até meados do XIX, mas nessa altura foi sujeita à nova crítica historiográfica e passou a ser vista como uma obra sem valor histórico. A falta de fontes históricas que confirmem esses reis, torna incerta a sua historicidade. Hoje em dia, a Saga dos Inglingos é considerada uma fonte proto-histórica, fornecendo elementos importantes para a compreensão da mentalidade medieval e para o conhecimento da língua nórdica antiga.[13][14][falta página]

  1. Neves 2019.
  2. Oliveira 2010, p. 125.
  3. Johnni Langer, Munir Lutfe Ayoub. «Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval» (PDF). Ideia: João Pessoa, 2016. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  4. Leite, Helbert Ferreira (2019). «2 - BEOWULF E A HISTORIOGRAFIA». Beowulf : uma interpretação analítica da individuação e da reintegração (Dissertação de Mestrado). Universidade de Brasília. p. 19. A narração de ambos os textos, Ynglinga tal e Ynglinga saga, comprovam a veracidade dos personagens e eventos descritos em Beowulf, embora neste apareçam mais romantizados. 
  5. «Beowulf: O herói, os monstros e a Bíblia» (PDF). XXII Congresso Nacional de Linguística e Filologia. p. 288. Consultado em 10 de fevereiro de 2024. e ainda na Ynglinga saga, saga lendária originalmente escrita pelo poeta islandês Snorri Sturluson por volta de 1225. 
  6. a b Miranda 2007, p. 1116.
  7. Melin 2009, p. 39.
  8. Linder 1870.
  9. Welinder 2009, p. 465.
  10. Orrling 1995, p. 298.
  11. Larsson 1993, p. 7.
  12. Birro 2013.
  13. Lindkvist 2006, p. 34-35.
  14. Nerman 1917.

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