Sangria (medicina)

A sangria é uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças. Pode ser feita de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia. As sangrias eram feitas com base em antigas teorias da medicina que supunha que o sangue, e outros fluídos corporais, eram vistos como "humores" que tinham de ser mantidos em equilíbrio para que o corpo se mantivesse saudável. Terá sido a prática médica mais comum desde antiguidade até finais do século XIX, por um período de quase 2000 anos.[1] Na Europa, esta prática continuava a ser muito comum no final do século XVIII.[2] Esta prática foi quase completamente abandonada pela medicina moderna, exceto para algumas doenças muito específicas.[3] É possível que, historicamente, sem acesso a outros tratamentos para a hipertensão, as sangrias tivessem por vezes algum efeito benéfico, reduzindo temporariamente a pressão sanguínea pela redução do volume de sangue.[4] Contudo, uma vez que a hipertensão é frequentemente assintomática e, portanto, impossível de diagnosticar sem métodos modernos, este efeito benéfico não seria intencional. Na esmagadora maioria dos casos, a prática histórica da sangria de doentes era prejudicial para os pacientes.[5]

  1. British Science Museum, ed. (2009). «Bloodletting» (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2009 
  2. B.) Anderson, Julie, Emm Barnes, and Enna Shackleton. "The Art of Medicine: Over 2,000 Years of Images and Imagination [Hardcover]." The Art of Medicine: Over 2, 000 Years of Images and Imagination: Julie Anderson, Emm Barnes, Emma Shackleton: 9780226749365: Amazon.com: Books. The Ilex Press Limited, n.d. Web. 29 Sept. 2013.
  3. Mestel, Rosie (6 de agosto de 2001). Los Angeles Times, ed. «Modern Bloodletting and Leeches» (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2009 
  4. Seigworth, Gilbert R. (1980). PBS, ed. «Bloodletting Over the Centuries». Red Gold, the Epic Study of Blood (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2009. Arquivado do original em 5 de julho de 2007 
  5. jameslindlibrary.org, ed. (2009). «Why fair tests are needed» (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 2 de janeiro de 2007 

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