Saramacano |
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Homem saramaka em foto de 1910. |
População total |
90 000 |
Regiões com população significativa |
Suriname e Guiana Francesa |
Línguas |
saramacano |
Religiões |
O povo saramacano, ou samaracá[1] (autônimo: saamáka së̀mbë̀)[2] é um dos povos quilombolas do Suriname e da Guiana Francesa. São descendentes de africanos originários de diferentes povos e regiões levados na condição de escravos para as plantações de cana-de-açúcar da antiga Guiana Neerlandesa e que eventualmente conseguiram escapar para as florestas do interior, construindo comunidades autônomas que resistiam à escravidão.[3]
Isolados na floresta amazônica pelo medo do escravismo e amparados por um tratado de paz assinado com os neerlandeses em 1762, os saramacanos recriaram as organizações sociais de povos oeste-africanos e constituíram uma sociedade original, com normas, política, religião e língua próprias, à semelhança dos povos indígenas da região.
A cultura saramacana sofreu grandes ameaças com a construção da Hidroelétrica de Brokopondo, no rio Suriname (década de 1960); com a Guerra Civil do Suriname (década de 1980) e com a concessão pública unilateral a empresas estrangeiras de direitos de exploração de recursos naturais situadas no território tradicionalmente ocupado pelos saramacanos sem aviso ou consentimento do povo.[4][5]
Em 2007, uma ação movida pelo povo saramacano culminou na sentença proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos que considerou lesivas aos direitos do povo saramacano as tais concessões outorgadas pelo Suriname. Desse modo, condenou o país a indenizar o povo saramacano pelos danos causados, a adotar medidas adequadas de acesso à justiça e a reconhecer a personalidade jurídica do povo saramacano, entre outras condenações.[6]
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