Silvia Rivera Cusicanqui (La Paz, 9 de dezembro de 1949)[1] é uma intelectual (socióloga e historiadora) e ativista boliviana de origem aimará, referência no campo de pensamento decolonial.[2][3][4][5][6] Pesquisa a história das rebeliões anticoloniais indígenas, desde a liderada por Túpac Katari no século 18, até suas renovações contemporâneas, como no Katarismo das décadas de 1970-80. Estudou as apropriações indígenas e mestiças dos Anarquistas Andinos,[7] e o cruzamento de epistêmes, linguas e práticas ocidentais e indígenas que aconteceram nessas organizações do início do século XX.
A partir das cosmologias Aimará e Quechua, Cusicanqui articula uma diversidade de propostas descolonizadoras das idéias, práticas e gestos políticos e intelectuais. Como também desenvolve radicais críticas às correntes pós-coloniais, multiculturalistas e ao cânone em formação em torno da descolonialidade.[2] Silvia Rivera tem como referência as obras de Waman Puma, René Zavaleta, Pablo González Casanova, Frantz Fanon, Gayatri Chakravorty Spivak e Fausto Reinaga, para citar alguns. É autora de dezenas de publicações, entre livros e artigos, escrito nas línguas espanhola, quechua e aymara.[8]
Cusicanqui foi fundadora da Oficina de História Oral Andina (em espanhol, Taller de Historia Oral Andina - THOA)[9][10][11] e do Colectivx Ch'ixi.[12][13] Enquanto militante, atuou nos movimentos sociais indígenas na Bolivia, como o katarismo e os cocaleros.[14][15]
Em 2018, foi titulada Doutora Honoris Causa da Universidad Mayor de San Andrés e, ainda, foi professora visitante nas Universidades de Columbia, nos Estados Unidos e na Simón Bolívar, no Equador.[1] Além disso, recebeu a Bolsa Guggenheim, em 1993.[16][17]
- ↑ a b Ana Cacopardo (2018). Historias debidas VIII: Silvia Rivera Cusicanqui. Canal Encuentro.
- ↑ a b Loyola-Hernández, Laura. «CUSICANQUI, Silvia Rivera» (em inglês). Global Social Theory. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Furlong, Kathryn; Roca-Servat, Denisse; Acevedo-Guerrero, Tatiana; Botero-Mesa, María (outubro de 2019). «Everyday Practices, Everyday Water: From Foucault to Rivera-Cusicanqui (with a Few Stops in between)». Water (em inglês) (10). 2046 páginas. doi:10.3390/w11102046. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Nadal, Estela Fernández (2019). «"Pasado como futuro" y "multi-temporalidad" en Silvia Rivera Cusicanqui». Escuela de Humanidades, Universidad Nacional de San Martín. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Grosfoguel, Ramón (2016). Del extractivismo económico al extractivismo epistémico y ontológico: una forma destructiva de conocer, ser y estar en el mundo. Revista Internacional de Comunicación y Desarrollo (RICD), 1(4).
- ↑ FARTHING, Linda (2008). Everything Is Up for Discussion: A 40th Anniversary Conversation With Silvia Rivera Cusicanqui. NACLA Report on the Americas.
- ↑ Knoll, Andalusia (2007) Indigenous Anarchism in Bolivia: An Interview with Silvia Rivera Cusicanqui. The Anarchist Library. (em português)
- ↑ Worldcat. «Rivera Cusicanqui, Silvia». Worldcat. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Gago, Verônica (4 de setembro de 2010). «"Silvia Rivera Cusicanqui en Buenos Aires". Entrevista: Orgullo de sr mestiza». Tinta Limón Ediciones. Consultado em 24 de maio de 2021. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2014
- ↑ Taller de Historia Oral Andina. Sobre la THOA.
- ↑ STEPHENSON, Marcia (2002). Forging an Indigenous Counterpublic Sphere: The Taller de Historia Oral Andina in Bolivia. The Latin American Studies Association. Latin American Research Review. 37 (2): 99–118. JSTOR 2692150.
- ↑ Torinelli, Michele (26 de abril de 2018). «A experiência de uma sociologia que se tece por meio da paixão e do coletivo». Brasil de Fato. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Pazzarelli, Francisco; Cusicanqui, Silvia Rivera (1 de dezembro de 2017). «Entrevista: Esas papitas me están mirando! Silvia Rivera Cusicanqui y la textura ch'ixi de los mundos». Revista de Antropologia da UFSCar (2): 219–230. ISSN 2175-4705. doi:10.52426/rau.v9i2.214. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Villalón, Corina Demarchi; Sanabria-González, Iván David (1 de julho de 2020). «Como entender o descolonial? Releitura de Ch'ixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores». Brazilian Journal of Latin American Studies (36): 234–243. ISSN 1676-6288. doi:10.11606/issn.1676-6288.prolam.2020.165601. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ Farthing, Linda; Cusicanqui, Silvia Rivera (3 de julho de 2018). «Everything is Up for Discussion: A Conversation with Silvia Rivera Cusicanqui». NACLA Report on the Americas (3): 302–306. ISSN 1071-4839. doi:10.1080/10714839.2018.1525067. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ «Silvia Rivera Cusicanqui: Sociologia da Imagem. Uma visão a partir da História Andina». Hemispheric Institute. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ CABELLO, Cristian (2012). Silvia Rivera Cusicanqui: 'Lo indio es parte de la modernidad, no es una tradición estancada'. Facultad de Ciencias Sociales, Universidade de Chile.