Subconsumo

O subconsumo é uma teoria da economia que descreve recessões e estagnações como fruto da demanda de consumo baixa ou inadequada. Em outras palavras, a existência de uma superprodução e superinvestimento em um período de crise de demanda. Esta teoria serviu de base para o desenvolvimento da economia keynesiana e da teoria da demanda agregada, que é a demanda total de bens e serviços num período.

A teoria do subconsumo refere-se à economia heterodoxa na Grã-Bretanha no século XIX, particularmente a partir de 1815, que a teoria do subconsumo teve um avanço e rejeitou a economia clássica na forma do modelo ricardiano. Com isso, os economistas não se unificaram e a teoria econômica principal da época rejeitou este movimento. Quem foi responsável por colocar a teoria do subconsumo em pautas principais, foi o economista John Maynard Keynes que desenvolveu pensamentos dessa teoria em suas obras, como em seu livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda publicado em 1936. O subconsumo é um conceito bem antigo na economia, sendo visto no texto mercantilista francês de 1598 Les Trésors et richesses pour mettre l'Estat en Splendeur (Os tesouros e as riquezas para por o estado em esplendor) de Barthélemy de Laffemas, se não até antes[1].

O conceito de subconsumo foi repetidamente usado como parte para criticar a lei de say que discorre sobre o equilíbrio entre oferta e demanda, e a teoria do subconsumo discorda da forma como ocorre este equilíbrio. Depois disso a teoria do subconsumo foi amplamente substituída pela economia keynesiana, que aponta uma explicação mais completa do fracasso da demanda agregada em atingir o produto potencial, ou seja o nível de produção equivalente ao pleno emprego, na qual uma das explicações de Keynes para este problema, é a propensão a poupar nessas condições de pleno emprego uma somas superiores ao valor de capital requerido, impedindo a existência e permanência do pleno emprego, sendo isso um caso de erro de previsão.

Uma das primeiras teorias diz que, como os trabalhadores recebem um valor menor do que o que eles de fato produzem, eles não podem comprar de volta tanto quanto eles produzem. Assim, sempre haverá demanda inadequada pelo produto. Podendo complementar a outros pensamentos, o fato de os detentores de maior renda, não usarem seu dinheiro para o consumo e sim para poupança, gerando um desequilíbrio ainda maior na balança entre demanda e consumo agregados. Outra teoria desenvolvida e por partes apoiada por Keynes, é a questão da poupança, na qual como a renda vai sempre em maior quantidade aos mais ricos, o ato de entesourar aquela renda traria uma imensa diminuição na demanda agregada. Sendo assim, o ato de poupar em exagero, traria crises econômicas.

  1. Citado em Mercantilism, por Eli Heckscher , vol. ii, p. 290, que discute outros exemplos. Eles são citados e discutidos por John Maynard Keynes em Teoria Geral , Capítulo 23.

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