Transportes do Brasil

Vias e meios de comunicação no Brasil, indicando a evolução dos sistemas de transporte até o início do século XX. Arquivo Nacional.

O sistema de transportes brasileiro define-se basicamente por uma extensa matriz rodoviária, sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial (apesar do numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e aéreo.

O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário.

Entretanto, segundo Mosso,[quem?] a primeira estrada de ferro no Brasil começou a funcionar em 1854, entre Estrela e Fragoso, e tinha somente quatorze quilômetros de extensão. Isso mostra que o Brasil teve a chance de seguir o exemplo dos países mais desenvolvidos, que perceberam a importância tanto colonizadora quanto desenvolvimentista do transporte ferroviário.[1]

Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sendo 215.000 km de rodovias pavimentadas (2018), as estradas são as principais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro.[2][3] Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no Governo Washington Luís, sendo prosseguidos no governo Vargas e Gaspar Dutra.[4] O presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro incentivador de rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Honda, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país da indústria automobilística.[5]

Existem cerca de 4 000 aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo 721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque.[2] O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.[2][6] O Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado nas proximidades de São Paulo, é o maior e mais movimentado aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais.[7]

O país possui uma extensa rede ferroviária de 28.857 km de extensão, a décima maior rede do mundo.[2] Atualmente o governo brasileiro, diferentemente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um exemplo desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, um trem-bala que vai ligar as duas principias metrópoles do país. Há 37 portos sendo que 11 desses são considerados grandes, no conceito de Internacionais, de grandes navios, segundo o PNAC II, dentre os quais o maior é o Porto de Santos.[8] O país também possui 50.000 km de hidrovias.[2]

  1. MOSSO, Mario Manhães. Transporte – Gestão de Serviços e de Alianças Estratégicas. Rio de Janeiro, Interciência, 2010. p.68.
  2. a b c d e «Transportation | Brazil». The World Factbook. Agência Central de Inteligência. Consultado em 28 de fevereiro de 2022 
  3. «Transportes de Passageiros: Apresentação». Agência Nacional de Transportes Terrestres. Consultado em 25 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 1 de março de 2010 
  4. Pereira, L. A. G.; LESSA, S. N.; CARDOSO, A. D. - Planejamento e Transporte Rodoviário no Brasil
  5. «Automotive industry in Brazil and the world» (pdf) (em inglês). International Organization of Motor Vehicle Manufacturers. Consultado em 14 de maio de 2010 
  6. «Ociosidade atinge 70% dos principais aeroportos». Globo.com. 12 de agosto de 2007. Consultado em 14 de maio de 2010 
  7. «INFRAERO - Aeroportos Brasileiros». Consultado em 21 de março de 2009. Arquivado do original em 14 de março de 2009 
  8. «Sistema Portuário Nacional». Secretaria de Portos. Consultado em 14 de maio de 2010. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2010 

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